Sífilis pode provocar cegueira em bebês e adultos

Aumento de casos anunciado pelo Ministério da Saúde preocupa oftalmologistas

O número de casos de sífilis de todos os tipos – em adultos, em gestantes e congênitas (em bebês) – vem aumentando no Brasil e o Ministério da Saúde lançou na semana passada uma série de ações para combater a doença no país. Uma das graves complicações possíveis provocadas é pela enfermidade é a cegueira, já que a bactéria causadora da sífilis se multiplica na área genital infectada e, em poucas horas, se espalha pela circulação sanguínea e linfática.

Adultos de diferentes faixas etárias podem desenvolver, por causa da sífilis, variadas doenças oculares. A uveíte – doença inflamatória ou infecciosa que pode acometer toda a úvea (camada intermediária do bulbo ocular altamente vascularizada e responsável pela nutrição do olho) ou qualquer uma de suas partes – é a principal delas.

Potencialmente, esse comprometimento leva à perda de visão total ou parcial, caso não seja diagnosticado e tratada corretamente. São possíveis sintomas da doença olhos vermelhos, sensibilidade à luz, visão turva, pupila irregular ou miose, dor ocular, dores de cabeça e manchas escuras que flutuam no campo visual como moscas, entre outros. Na maior parte dos casos, o tratamento do paciente é feito com antibiótico oral e, quando administrado corretamente, propicia a cura.

SÍFILIS CONGÊNITA EM GESTANTES E BEBÊS 

A sífilis assola pessoas de todas as idades e sexos; no entanto, o número de casos da doença tem crescido entre as gestantes.

No ano de 2015, a taxa de detecção da sífilis em grávidas foi de 11,2 casos a cada 1.000 nascidos vivos, considerando o total de 33.365 casos da doença. Já de janeiro de 2005 a junho de 2016, foram notificados 169.546 casos.

Com relação à sífilis congênita (em bebês), em 2015 foram notificados 19.228 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,5 por 1.000 nascidos vivos. De 1998 a junho de 2016, foram notificados 142.961 casos em menores de um ano. O incremento entre os anos de 2013 e 2014 foi de 26,77% e entre os anos de 2014 e 2015 foi de 20,91% no número absoluto de casos novos diagnosticados.

A falta de adesão ao pré-natal e a não realização de exames durante a gestação dificultam o diagnóstico e o tratamento. Um simples exame de sangue é suficiente para diagnosticar. Mas quando a sífilis é contraída pela mãe durante a gravidez, a infecção é transmitida ao feto por meio da placenta.

Além do risco de abortamento e outros prejuízos para a saúde da criança, pode provocar doenças oculares congênitas no bebê, que são conhecidas como importantes causas de cegueira na infância. As principais são catarata, retinopatia e retinoblastoma. Todas elas podem ser diagnosticadas ainda no berçário, logo que o bebê nasce, por meio do teste do olhinho, obrigatório em diversos estados brasileiros, inclusive no Distrito Federal.

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