Pacto pela educação prioriza formação de professores

Um dos maiores desafios da educação brasileira, a formação continuada de professores, está sendo enfrentada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) como estratégia primordial para mudar a qualidade da educação paraense. Concebido sob a bandeira do Pacto pela Educação, foi criado, em 2015, o Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará (CEFOR).

Antes, as formações dos professores da Educação Básica obedecia a projetos do Ministério da Educação, geralmente executados pelas universidades públicas, mas os resultados não alcançavam os objetivos pretendidos. Assim, diante dos novos programas pedagógicos implementados pela Seduc, surgiu o CEFOR, com a prioridade de atender três projetos: Aprender Mais Fundamental, Aprender Mais Médio e Jovem de Futuro. O Centro forma também professores de municípios que aderiram ao Pacto Pela Educação.

“A formação é uma prioridade da Seduc, mas ainda há um caminho longo a percorrer na formação de docentes da rede estadual. É necessário ampliar o número de formações e continuar o treinamento intensivo, para que os professores possam ter acesso, de forma sistemática, às inovações tecnológicas e conhecer novas metodologias de ensino e gestão”, diz a secretária de Estado de Educação, Ana Cláudia Serruya Hage.

Estratégia do Pacto pela Educação

A percepção de que aquele modelo não estava produzindo bons resultados resultou de uma avaliação rigorosa, no âmbito da Seduc, concluindo-se pela nova estrutura de formação, em 2015. A Seduc constatou que a estratégia federal não atendia às necessidades da rede estadual, pois seguia uma fórmula pronta, distante da realidade da região Norte. O histórico atesta que “as formações não impactavam o universo escolar; o professor recebia informação sem referência direta com a realidade e a prática da escola dele; muitas formações eram distantes daquilo que ele tinha que lidar no cotidiano. A formação foi para dentro das escolas, com professor da própria rede ministrando as formações”, lembra o coordenador do CEFOR, professor Carlos Miranda.

O Centro faz parte do Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e dá materialidade às ações do Pacto pela Educação. “O CEFOR é uma das iniciativas pedagógicas apoiadas pelo BID com o objetivo de, efetivamente, mudar a qualidade da educação paraense, entendido que a formação é indispensável a essa mudança”, diz o economista Paulo Machado, coordenador do Escritório de Projetos, setor da Seduc que gerencia a aplicação dos recursos oriundos do financiamento internacional. Aprovado pelo banco em meados de novembro passado, o cronograma do programa foi prorrogado por mais um ano.

Educadores de 81  municípios beneficiados

O CEFOR tem na sua equipe educadores efetivos da rede Seduc. Selecionados por meio de edital, todos são mestres ou doutores com larga experiência na Educação Básica. Graças ao novo modelo, oito mil professores e mil gestores (diretores e coordenadores pedagógicos) participaram, nos últimos três anos, das mais diversas formações. Entre janeiro a outubro do ano passado, 3.375 professores de 81 municípios participaram de 100 formações.

“Sem dúvida, estamos vivendo uma mudança profunda, nascida de diagnósticos e demandas reais apontadas pelos próprios educadores. Mapeamos perfis para identificar as necessidades de formação, tanto da rede estadual quanto municipal”, explica a secretária Ana Claudia Hage, reforçando o que diz Miranda. “O modelo anterior não atendia nossas necessidades. Sabemos que o estoque de conhecimento produzido pela academia acaba não chegando, objetivamente, às escolas. E isso precisava de um choque. Foi o que fizemos ao criar o Cefor, ao mesmo tempo em que valorizamos nossa própria equipe de instrutores”, acrescenta a gestora.

Ampliando a análise, Ana Claudia diz que, “além dos números, o importante é a cultura da mudança, o envolvimento, o comprometimento consciente dos educadores com a formação – todos focando na qualidade do ensino e da educação em si própria. Os resultados comprovam que está sendo melhor para os estudantes em sala de aula, que podem contar com professores formados e com domínio de conteúdo, saberes pedagógicos adequados e com a utilização do plano de aula, cuja elaboração foi sempre um grande desafio para muitos deles”, diz.

Formações são bem-vindas

O professor de Matemática, Henderson Pinto Pípolos, participou de duas formações do Cefor desde que entrou na Seduc, em 2002. A última foi sobre o uso plataforma Google for Education (um pacote de produtos e serviços digitais que a Seduc está implantando para criar um novo ambiente de comunicação e interatividade no meio da comunidade escolar). Ele avalia positivamente a estratégia do Cefor de estar atento às necessidades de formação, “pois tudo que auxilia o professor em sala de aula é muito bem-vindo. As formações proporcionam troca de ideias e experiências entre os professores”, diz Pípolos.

Para a gestora da 5ª Unidade Seduc na Escola (USE), Dorilene Melo, a oferta de formação de professores é fundamental para aprimorar a construção do conhecimento, refletindo diretamente no aprendizado dos estudantes. Desde novembro de 2015 foram ofertadas 15 formações de servidores vinculados à 5ª USE. E a primeira de 2018 será uma jornada pedagógica, no período de 23 a 25 deste mês, destinada aos professores de cinco escolas especializadas no atendimento a alunos especiais e a profissionais da Classe Hospitalar (estudantes internados nos hospitais).

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