Ostomia exige suporte de enfermeiros e autocuidado dos pacientes

Realizado pelo presidente Jair Bolsonaro, em 2018, o procedimento cirúrgico é desenvolvido para implementação das bolsas de colostomia, urostomia ou ileostomia

Em 2013, Brasília inaugurou o Centro Especializado em Reabilitação Física e Mental (CER), em Taguatinga, com o intuito de oferecer assistência multidisciplinar no âmbito físico e intelectual. Em agosto de 2019, o espaço iniciou um trabalho pioneiro aos pacientes ostomizados – isto é, pessoas que realizaram um procedimento cirúrgico para fazer um caminho externo ao corpo para a saída de fezes ou urina – que estão sob os cuidados da clínica.

De acordo com a Agência Brasília, o CER possui 380 pacientes que realizaram o procedimento de ostomia, sendo que este pode ser encontrado na forma de colostomia, urostomia ou ileostomia. A iniciativa da clínica possibilita o aumento da qualidade de vida dessas pessoas, levando em consideração que a implementação de uma bolsa externa para recolhimento de secreções pode atingir, de forma negativa, o dia a dia dos pacientes.

“Aqueles que são portadores de ostomias aprendem a lidar com os equipamentos externos com o tempo. O período de adaptação é longo, mas com as orientações de profissionais e com apoio familiar, é possível manter uma vida normal, sem complicações ou impedimentos”, explica Luciana Segatto, enfermeira do Cenfe, primeiro centro clínico especializado em tratamento de feridas do DF, que oferece suporte aos pacientes que realizaram ostomias.

No final de 2018, as bolsas externas ao corpo ganharam notoriedade com a implementação da bolsa de colostomia no presidente Jair Bolsonaro (PSL) que, por sua vez, a utilizou durante quatro meses. Por se tratar de um procedimento delicado, é recomendável certos cuidados no que diz respeito ao esforço físico e também às questões alimentares.

Para os pacientes que implementam a bolsa, o ideal é que haja repouso integral nas primeiras semanas pós-cirúrgicas. Aconselha-se também evitar o levantamento de pesos por 60 dias e, além disso, para dirigir, deve-se esperar, no mínimo, 30 dias. Vale lembrar que cada corpo possui um processo de adaptação singular, o que deve ser avaliado com profissionais da área de saúde.

“É importante esclarecer aos pacientes que a alimentação não sofrerá mudanças drásticas. Deve-se evitar comer milho, feijão e coco seco, pois esses alimentos podem impedir a passagem do efluente, causando transtornos principalmente aos que realizaram ileostomia”, complementa Segatto.

A enfermeira ainda pontua que cada organismo possui as suas particularidades. Portanto, com acompanhamento adequado, deve-se descobrir a reação do corpo aos alimentos.

“A batata, o inhame e o arroz branco, normalmente, podem fazer com que o paciente fique com prisão de ventre. Além disso, os odores tendem a variar conforme a ingestão dos alimentos escolhidos pelos ostomizados. Cebola, alho cru, ovos cozidos, repolhos e frutos do mar costumam produzir cheiros mais fortes. Em contrapartida, cenoura, chuchu, espinafre e maisena podem neutralizar odores”, esclarece.

Fora as questões alimentares, os pacientes devem estar atentos às questões higiênicas em relação às bolsas. De acordo com Segatto, é fundamental secar a região e passar uma barreira de proteção na pele recomendada pela equipe de enfermagem. Produtos como álcool, colônias, pomadas ou cremes devem ser evitados, pois podem ressecar a pele, causando alergias ou ferimentos.

É importante frisar que, para realizar o esvaziamento do equipamento de ileostomia e urostomia, quando a bolsa atingir pelo menos 1/3 do seu espaço para evitar desconfortos. Já os dispositivos de colostomia devem ser esvaziados sempre que necessário.

Suporte do Cenfe – “Consideramos que é de suma importância o planejamento e a implementação da assistência de enfermagem, no que diz respeito aos cuidados físicos, para os pacientes ostomizados. A higienização e a troca de bolsas de ostomia devem ser feitas cuidadosamente, portanto, nos disponibilizamos para suprir toda e qualquer dúvida acerca do assunto”, conta Segatto.

Para um procedimento 100% efetivo, o paciente deve estar fisicamente disposto e emocionalmente bem para o tratamento fluir bem. Para o Cenfe, a integração das intervenções requer a implementação do ensino ao autocuidado, envolvendo paciente e a família, visando a reabilitação e encaminhamento deste ao Programa de Ostomizados, que é mantido pelo Serviço Público, para aquisição dos dispositivos e seguimento ambulatorial.

Os interessados em receber suporte para ostomias devem entrar em contato com a clínica por meio do número (61) 98641-9201 ou (61) 3045-6280.

Sobre o Cenfe – O Cenfe é o primeiro centro de tratamento de pessoas lesionadas por feridas crônicas ou agudas, com regime tanto ambulatorial quanto domiciliar. O serviço é oferecido por uma equipe qualificada e multidisciplinar, formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas. O corpo clínico tem como responsável técnico o Dr. Igor Nunes e Souza, que é cirurgião geral e vascular, formado pela Universidade de Brasília (UnB) e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e a enfermeira dermatologista Larissa Pignata, responsável técnica da clínica.

O Cenfe conta, ainda, com a parceria da HomeLar, que compreende os serviços de Internação Domiciliar e Atendimento Domiciliar. Este tipo de Internação Domiciliar oferece atendimento a pacientes com quadro clínico estável, que não necessitam de toda estrutura hospitalar, podendo os cuidados serem realizados em casa. Já o atendimento domiciliar contempla a assistência em diferentes complexidades. Outros serviços oferecidos pelo Cenfe são: curativo por pressão negativa, cateter central de inserção periférica (PICC), acesso venoso central guiado por ultrassom, exame diagnóstico em casa para avaliação de TVP (trombose venosa profunda).

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