Os sintomas da próstata aumentada podem voltar após a embolização?

Apenas cerca de 20% dos pacientes podem apresentar recidiva dos sintomas após 6 anos. Entretanto, novos estudos vêm demonstrando redução para 10% de recidiva.

A próstata aumenta naturalmente de tamanho após os 45 anos. Esta condição, chamada Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), atinge cerca de 14 milhões de brasileiros de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. A HPB é doença muito comum e prejudica a qualidade de vida do homem, afetando sua rotina e vida sexual.

 Embolização das Artérias Prostáticas (EAP) é um método de tratamento minimamente invasivo que alivia os sintomas causados pela HPB, agindo na redução do fluxo de sangue para as artérias que irrigam a próstata, com consequente diminuição do tamanho da próstata e melhora dos sintomas urinários. Dessa maneira, é realizada uma técnica minimamente invasiva pela via endovascular (por dentro de uma artéria da virilha). 

 De acordo com o Prof.  Dr. Francisco Cesar Carnevale, pioneiro no desenvolvimento da técnica da EAP,o procedimento é feito sob anestesia local e o paciente recebe alta algumas horas após a embolização. “O objetivo é a redução do volume e a alteração da consistência (diminuição da sua rigidez e tornando-se mais macia) da próstata.  Essa técnica é realizada pela via endovascular (por dentro de uma artéria da virilha), ” explica o médico.

Caso a próstata não reduza de tamanho ou volte a crescer, alguns sintomas podem voltar. O paciente não deve ficar preocupado em somente analisar o tamanho da próstata. Há vários casos em que a próstata não reduz de tamanho e o paciente apresenta melhora dos sintomas. Isto acontece porque o seu principal efeito está na diminuição da resistência da próstata. “Entretanto, caso os sintomas retornem, nova embolização poderá ser feita, ” acrescenta o intervencionista.

Os resultados são muito satisfatórios. Em mais de 400 pacientes tratados, com taxa de sucesso de 90-95% com relação à melhora dos sintomas urinários e melhora da qualidade de vida dos pacientes. Nos casos mais graves, em pacientes que estavam em uso de sonda vesical, a taxa de sucesso é de 90% na retirada da sonda. Entretanto, tem-se observado que, após 5-6 anos, 15-20% dos pacientes podem apresentar recidiva dos sintomas. Caso haja necessidade, estes pacientes podem ser retratados pela embolização. “Nestes casos, a investigação detalhada deve ser feita para verificar a real causa do retorno dos sintomas. Existem vários sintomas que podem contribuir para a recidiva dos sintomas, e não somente o crescimento da próstata. A função da bexiga é o principal deles, motivo da necessidade do acompanhamento em conjunto com o urologista. Temos observado que os pacientes com problemas na bexiga foram os que apresentaram maior índice de falhas, ” finaliza o Dr. Carnevale.

Prof.  Dr. Francisco Cesar Carnevale – médico da CRIEP – Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa – autoridade médica referência nacional e internacional em Radiologia Intervencionista, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular. Sua principal linha de pesquisa está focada no tratamento de pacientes com sintomas do trato urinário inferior associados ao crescimento da próstata pela Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Pioneiro a publicar na literatura científica mundial, a técnica de Embolização das Artérias da Próstata (EAP) dentro do Hospital das Clínicas da FMUSP, sob a supervisão dos professores Miguel Srougi e Giovanni Guido Cerri.  É diretor de Radiologia Vascular Intervencionista do Instituto de Radiologia (InRad-HCFMUSP), do Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP) e do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP). É responsável pelas disciplinas de Graduação e Pós-graduação na área de Radiologia Intervencionista da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

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