Morte da blogueira Aline Araújo abre debate sobre depressão e ansiedade

Especialistas alertam para julgamentos em tempos de superexposição na rede. Para quem já lida com doenças da mente, os efeitos podem ser devastadores e chegar a situações como a de Aline

A última semana foi marcadas pela morte da digital influencer Aline Araújo, do ig @sejjesincera. Ela teria cometido suicídio após se casar com ela mesma. Isto aconteceu porque dias antes do casamento ela foi deixada pelo noivo. A jovem tinha a conta no instagram justamente para compartilhar com os seguidores sobre depressão e ansiedade, mal que atinge milhões de brasileiros. Em uma de suas crises, chegou a picotar todo o cabelo. 

Para a psicóloga Lia Clerot a discussão é muito importante, inclusive, para que pessoas não deixem de procurar ajuda. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o problema deve ser tratado inclusive como uma epidemia. Só no Brasil, são cerca de 12 milhões de pessoas com depressão. Isolamento, crises de ansiedade e desânimo crônico são comuns na rotina de quem convive com a doença, segundo a psicóloga. 

Mas a reação, de acordo com a especialista, é algo bem particular e em muitas pessoas o diagnóstico é difícil. Além disso, ela ainda alerta sobre a ansiedade, que é a porta de entrada para transtornos mentais mais sérios, como síndrome do pânico e a própria depressão e é justamente por isso que ela deve ser identificada e tratada o quanto antes.

Caso não controlada, a ansiedade pode causar várias enfermidades. Para a Lia, algumas pequenas mudanças de atitude podem ajudar a controlar esse mal:

1-    Tire um tempo para você mesmo. É muito importante reservar um espaço na agenda corrida do dia-a-dia para fazer algo que dê prazer, como praticar algum esporte, fazer atividades culturais ou até mesmo uma massagem.

2-    Procure não dar tanta importância aos problemas. Tente resolver as coisas de forma mais serena, as vezes o nervosismo e a irritação deixam o problema muito maior do que ele é de verdade.

3-    Organize-se e não deixe nada pendente. Às vezes assumir mais responsabilidades e tarefas do que consegue fazer, pode desencadear um processo de estresse que certamente levará a uma crise ansiosa.

4-    Seja otimista. Ver sempre o lado bom das coisas sempre ajuda o indivíduo a viver melhor e mais feliz.

5-    Seja menos perfeccionista. O excesso de preocupação com as coisas tendem a prejudicar as relações pessoais e profissionais. Aceitar que nem tudo sai como planejamos é uma boa forma de se lidar com as adversidades da vida.

Lia Clerot ainda alerta auxílio de um profissional capacitado “Quando a ansiedade é uma patologia crônica, a pessoa deve ter acompanhamento e tratamento adequado, muitas vezes com medicação e terapias; é preciso estar atento aos sintomas para não deixar que esse mal evolua para algo mais sério e nesses casos ajuda médica e psicológica é fundamental”, destaca a especialista. 

Apoio 

Em média cerca de mil pessoas procuram o Centro de Valorização da Vida (CVV). O Centro atende aproximadamente 33 casos por dia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, por dia, são 32 casos de suicídio no Brasil. 

O serviço é gratuito e funciona 24 horas com mais de 50 voluntários, basta ligar 188. A depressão precisa ser tratada para que chegue a situações extremas, como o caso da influencer. 

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