Ministro da Casa Civil de Lula, Rui Costa, é acusado de irregularidades em contrato de respiradores

(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom)

Indícios apontados pela Polícia Federal sugerem envolvimento do atual ministro Rui Costa em contrato de R$ 48 milhões para aquisição de equipamentos médicos não entregues durante a pandemia

Da Redação

A Polícia Federal (PF) revelou indícios que relacionam o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a possíveis irregularidades em um contrato de R$ 48 milhões para a aquisição de respiradores nunca entregues durante a pandemia, quando ele ocupava o cargo de governador da Bahia.

A informação foi divulgada pelo site UOL. Segundo as investigações da PF, o nome de Rui Costa surgiu em delação premiada feita pela empresária da empresa de maconha responsável pelo negócio, que já restituiu R$ 10 milhões aos cofres públicos e apresentou extratos bancários que indicam transferências a intermediários da transação.

O contrato foi estabelecido com a empresária Cristiana Prestes Taddeo, da empresa que comercializa produtos à base de maconha Hempcare, que recebeu R$ 48 milhões do governo, porém não entregou nenhum respirador.

Em 2022, Taddeo firmou um acordo de delação premiada com a vice-PGR na época, Lindôra Araújo. A colaboração foi homologada pelo ministro do STJ, Og Fernandes, também em 2022.

O ex-governador da Bahia também foi citado em depoimento à PF por um ex-secretário de governo, que afirmou ter fechado o negócio por ordem de Rui Costa.

Para receber benefícios em seu processo, Taddeo reembolsou R$ 10 milhões aos cofres públicos e confessou uma série de irregularidades no negócio baiano.

A empresária argumentou aos agentes que o contrato foi redigido de forma desfavorável ao governo da Bahia, incluindo o pagamento adiantado, e também afirmou que a empresa não tinha a documentação necessária para a operação.

Além disso, Cristiana Prestes Taddeo alegou ter recebido informações privilegiadas para elaborar sua proposta de preço ao governo da Bahia.

De acordo com ela, a venda foi fechada com autorização de Rui Costa e intermediada por um empresário baiano que se apresentou como amigo do governador (agora ministro de Lula) e da então primeira-dama Aline Peixoto.

De acordo com ela, esse amigo de Costa teria solicitado o pagamento de comissões pelo negócio, totalizando R$ 11 milhões.

“Achei que as tratativas para celebração do contrato com o Consórcio Nordeste ocorreram de forma muito rápida, mas entendi que eu estava sendo beneficiada porque havia combinado de pagar comissões expressivas aos intermediadores do governo”, disse Taddeo na delação.

A empresária disse aos agentes da PF recebeu um telefonema, em abril de 2020, do então secretário da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, demonstrando interesse em adquirir os respiradores da Hempcare.

De acordo com o depoimento de Dauster à PF, foi o próprio Rui Costa quem forneceu o contato da Hempcare, com instruções para que negociasse com eles a compra dos respiradores.

A empresária informou na delação que o próprio Dauster ressaltou nos diálogos que “dependia da autorização de Rui Costa dos Santos [governador do Estado da Bahia] para tomar as decisões”.

A empresária disse à PF que recebeu informações privilegiadas sobre o valor máximo que seria pago pelos itens.

E, assim, foi firmado um contrato para a compra de 300 aparelhos, ao preço de 28.900 dólares cada (aproximadamente R$ 145 mil).

O pagamento ao Hempcare foi realizado antes da entrega dos respiradores, que não ocorreu devido à falta de disponibilidade por parte da empresa chinesa responsável pelo fornecimento, de acordo com a empresária.

Taddeo alega que já havia pago as comissões dos intermediários do negócio e não conseguiu reaver o dinheiro.

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