Macacos não transmitem febre amarela

Macacos não transmitem febre amarela

Dival reforça importância de as pessoas não agredirem ou matarem esses animai – Foto: Mariana Raphael

Os macacos não transmitem febre amarela. Assim como os seres humanos, eles também são infectados pelo vírus, mas não podem contaminar as pessoas com a doença.

Mesmo assim, casos de macacos agredidos e mortos pela população têm aumentado no país, devido ao alarde provocado pela febre amarela em diferentes estados e municípios. Para evitar uma situação semelhante no Distrito Federal, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da Secretaria de Saúde reforça à população que os macacos não são o problema.

“Pedimos que as pessoas não agridam os macacos. Pelo contrário, precisamos preservá-los, porque se estiver ocorrendo a morte deles em uma região, que não seja pelas mãos humanas, é um evento que chama a atenção da Vigilância Ambiental de que pode haver circulação do vírus da febre amarela naquele local, e precisamos investigar”, explica o diretor de Vigilância Ambiental, Denilson Magalhães.

Chamado de “evento sentinela”, a morte desses animais serve de alerta para as autoridades tomarem as providências iniciais de controle contra uma possível disseminação da doença, como uso do fumacê e a atualização do cartão de vacinação das pessoas que circulam no local. Por isso, o diretor reforça a importância de não retirar o corpo ou carcaça do macaco do local onde foi achado, porque pode prejudicar a investigação sobre a doença.

“O que pedimos às pessoas é que nos informem caso encontrem um macaco morto, e a nossa equipe vai até o local recolhê-lo. Se perceberem também um macaco doente, muito quieto e com sinais de fraqueza, podem avisar que recolheremos o animal. Mas é bom lembrar que a morte de um macaco não significa, necessariamente, que ele tem a doença”, diz o diretor.

Em 2017 foram registrados 155 casos de epizootias (quando o macaco é encontrado morto), mas nenhuma amostra foi positiva para febre amarela.

Em todo caso, se for encontrado um macaco morto ou doente, a população do Distrito Federal deve informar imediatamente à Vigilância Ambiental pelo número 99269-3673. Todas as medidas de avaliação e de controle, na área que compete ao DF, são realizadas pela equipe da Dival.

MELHORIAS

Segundo o diretor, o número expressivo de macacos mortos encontrados em 2017 se deve às melhorias no serviço de epizootias da Dival, como a ampliação do acesso das pessoas aos serviços da vigilância ambiental, e os trabalhos de sensibilização feitos com os profissionais e a população sobre a doença.

“Essas ações mostram que o serviço de recolhimento de macacos melhorou. É importante ressaltar que muitos deles morreram ou por atropelamento ou descarga elétrica, ao subir em redes de alta tensão. Nenhum foi achado agredido”, destaca Magalhães.

Em 2018 foram registradas cinco ocorrências no DF e todas aguardam laudo. A vigilância recebeu ainda dois macacos do Entorno, que também estão sob análise.

TRANSMISSÃO

Existem dois ciclos de febre amarela: a silvestre e a urbana. Enquanto nas matas os insetos dos gêneros Haemagogus e Sabethes disseminam a doença, nas cidades, o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, Zika e chikungunya, tem potencial de transmissão.

“Assim como existe a transmissão da febre amarela silvestre para o homem, ocorre a mesma coisa com o macaco. Um mosquito infectado com o vírus pica o macaco e ele passa a ser reservatório desse vírus. Se o homem adentrar a mata, no local onde há circulação do vírus, e for picado por um mosquito, ele vai adquirir febre amarela. Então, não é pelo macaco que se adquire, e sim, pelo mosquito”, aponta o diretor.

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