Frentes de trabalho trazem ocupação produtiva e oportunidade de ressocialização a internas da capital

Para contribuir no processo de ressocialização e, consequentemente, reduzir os índices de reincidência criminal a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) busca parcerias que utilizam mão de obra prisional. Com onze frentes de trabalho, o Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ) da capital, oferece ocupação produtiva a 112 internas dentro da própria unidade. A parceria mais recente é a atividade de fabricação e embalagem de gelo.

Iniciado na quarta-feira (12.7), a Agepen, através da Divisão de Trabalho, firmou mais um termo de cooperação mútua que utiliza a mão de obra de quatro internas do EPFIIZ. Escolhidas pelo critério de disciplina, as reeducandas atuam na embalagem de gelos em cubo.

São 750 quilos de gelo produzidos todos os dias em maquinários automáticos de última geração que foram instalados pela empresa dentro da oficina de trabalho do presídio. São três máquinas de gelo com capacidade de produzir 300 kg/dia cada uma e uma câmara fria para armazenar até seis mil quilos. Além da remição da pena de um dia a cada três trabalhados, as internas recebem remuneração mensal de 3/4 do salário mínimo nacional.

Para Marcos Gurias Santana, sócio-proprietário da empresa e responsável pelos ensinamentos e monitoramento das internas, essa é uma oportunidade de ajudar pessoas que realmente querem sair diferentes da prisão. “Encontrei aqui mulheres sérias e competentes, e nosso intuito como entidade privada é mostrar que quem está preso também é capaz de trabalhar, o que possibilita a reinserção social delas”, concluiu Marcos, que afirma estar satisfeito com os trabalhos oferecidos pelas internas e a recepção de toda a equipe da Agepen e do presídio.

Com sete horas de trabalhos diários, as atividades das internas consistem em retirar o gelo em cubo da máquina, ensacar, selar e guardar na câmara fria. As embalagens são feitas em sacos desde 1 kg até 25 kg, todos os gelos em cubo são filtrados e, posteriormente, comercializados.

Há sete anos presa, a interna Jaqueline de Araújo Moraes, de 37 anos e que já trabalhou em vários setores dentro da unidade penal, afirma que o objetivo de todas as atividades que já desenvolveu é adquirir experiências e se qualificar. “Pretendo conseguir um bom emprego quando eu sair daqui, e esse é o início para a minha reintegração na sociedade, quero mostrar que sou capaz de vencer”, desabafa Jaqueline.

Para a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boletti Carrilho, o trabalho é um instrumento de ressocialização, é uma forma de oportunizar um retorno à sociedade de forma saudável, possibilitando qualificação e acima de tudo, responsabilidade. Além de ser um incentivo à autoestima e bem-estar das mulheres privadas de liberdade.

“Trabalhar para mim é tudo, eu me sinto importante e além de remir a pena, me dará mais chances de novas oportunidades lá fora”, conta a interna Fabiane Meira Gouveia, de 30 anos, que sempre trabalhou dentro das unidades penais em que esteve. Atualmente, trabalha na nova oficina de fabricação de gelo e é responsável pela entrada, saída, controle e o desenvolvimento do trabalho das reeducandas nesta nova frente de serviço.

Oficinas de Trabalho

Ao todo, são cinco oficinas que proporcionam trabalho e ocupação lícita às internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ). São 112 internas que exercem atividades dentro do presídio, sendo 92 não remuneradas e 20 com remuneração.

As mulheres também aprendem a fazer crochê, pintura, bordado com pedrarias, e artesanato em MDF. Foto: Tatyane Santinoni

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