Controle do diabetes durante a gestação é foco de ações do Ipesaúde em Sergipe

Foto: Divulgação

Aracajú (SE) – O Ipesaúde mantém um programa completo de ações preventivas e corretivas para os pacientes de diversas enfermidades crônicas, como hipertensão e diabetes, através da sua unidade especializada que é o Centro de Promoção à Saúde (CPS) Luciano Barreto Júnior. No local, é mantido um dos programas pioneiros no país de acompanhamento dos diabéticos, iniciado ainda nos anos 1980. Entre suas várias vertentes de atuação, há uma específica para abordagem de um problema que vem sendo registrado com maior frequência nos últimos anos, e que deve ser alvo de atenção de toda a população: o diabetes gestacional.

Essa patologia está vinculada a alterações metabólicas que ocorrem no período da gestação, podendo ou não se prolongar durante toda a vida da paciente, e que requer cuidados e monitoramento específico para evitar sequelas para a mãe e para o bebê.

Diagnóstico

“O diagnóstico do diabetes gestacional é realizado com os exames convencionais de glicemia, só que utilizando os chamados ‘pontos de corte’ diferentes dos períodos fora da gestação. Enquanto utilizamos como parâmetro na glicemia 126 mg/dL, para diagnóstico do diabetes tipo 2 no adulto, na gestação, esse ‘ponto de corte’ ocorre quando encontramos 92 mg/dL. Acima disso, precisamos monitorar e cuidar para evitar complicações no parto e riscos para a mãe e o bebê”, explica a endocrinologista Naira Horta Melo, especialista nesse monitoramento do diabetes gestacional, e que atende na unidade especializada do Ipesaúde.

A endocrinologista explica que as alterações metabólicas no período da gestação são comuns, uma vez que a gestação se caracteriza por ser um período ‘hiperglicêmico’, ou seja, onde há uma tendência de se verificar alterações no metabolismo nos carboidratos, porém, isso deve ser observado mediante outros parâmetros. “Se a paciente tem histórico familiar com parentes de primeiro grau com diabetes tipo 2, perdas fetais anteriores, pré-eclampsia, sobrepeso ou obesidade na gestação atual, dentre outros fatores, isso se caracteriza como fator de risco para o diabetes gestacional, e pode implicar no desenvolvimento do diabetes para o resto da vida”, aponta a médica.

Negligência

Ainda de acordo com a profissional, mesmo com pesquisas apontando uma tendência ao aumento na ocorrência dos casos, o que deriva do próprio estilo de vida e tendência ao sobrepeso, que acomete mais de 50% da população brasileira hoje, poucas pacientes procuram assistência médica especializada nesse período. “Como a tendência natural de aumento de casos não reflete a maior procura por atendimento médico nesse período, dá para se deduzir que muitas pacientes simplesmente ignoram esses fatores de risco que, se não devidamente controlados, podem levar a um desfecho trágico”, alerta a médica.

Entre as consequências mais graves do descontrole glicêmico na gestação, está o risco do bebê desenvolver a hipoglicemia, que são os índices glicêmicos muito baixos, podendo inclusive levar ao óbito. “Se a mulher vai para o parto com a glicemia muito elevada, além do risco do bebê ser macrossômico, acima de quatro quilos, o que por sí só já leva a um parto muito mais arriscado, isso também pode implicar na hipoglicemia do bebê, já que, após o parto, o pâncreas do bebê vai produzir muita insulina que pode levar ao óbito logo após o nascimento”, descreve a médica.

Pesquisas apontam que cerca de 10% das gestantes podem apresentar esse diagnóstico, só que isso não se reflete na procura pelo atendimento endocrinológico. “Por isso é importante esse trabalho informativo para que essas pacientes minimizem esse risco para a sua saúde e para a saúde de seus filhos. A Endocrinologia está a serviço desse público também para assegurar sua qualidade de vida”, conclui a profissional, ao informar que outras endocrinopatias no período da gestação, como hiper ou o hipotireoidismo, também são foco de ações específicas.

A endocrinologista atende todas as quartas-feiras, a partir das 13h, no CPS Luciano Barreto Júnior, situada a praça Almirante Tamandaré, 75, bairro São José. Informações mais detalhadas sobre os programas desenvolvidos na unidade podem ser obtidos pelo telefone 3211-2571.

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