A grande vencedora desta edição foi a Capelinha do Forró, da capital (bairro Capelinha), que obteve melhor pontuação em itens como casamento na roça, figurino e marcador, e vai disputar o Nordestão de Quadrilhas Juninas. Os segundo e terceiro lugares também ficaram com grupos de Salvador: Forró do ABC (Curuzu-Liberdade) e Imperatriz do Forró (Itacaranha).
Para o diretor da Capelinha do Forró, Augusto Reis, a vitória foi muito gratificante. Ele explica que a apresentação não é montada de uma hora para outra. “É o resultado de anos de trabalho, porque, quando termina o São João, a gente já começa a programar o ano seguinte. O São João é a festa que mais gostamos, onde podemos brincar e mostrar a nossa cultura. Por isso, representar a Bahia mais uma vez lá fora é muito gratificante”.
A coreógrafa da Quadrilha Pé no Chão, do município de Ribeira do Pombal, Inha Araújo, relaciona a tradição das quadrilhas juninas ao trabalho social. “São 80 pessoas envolvidas, entre dançarinos, equipe musical, figurinistas. Na nossa cidade, a gente dança em setembro, outubro, novembro. Sempre somos solicitados e estamos à disposição da população. Isso é, na verdade, um movimento social que preserva a cultura e resgata os jovens de caminhos ruins, além de movimentar a economia com a venda de tecidos, pedrarias e outros itens”.
São João da Bahia
Medrado ressaltou que as arquibancadas ficaram lotadas durante os quatro dias de competição. “A gente tem aqui mais de 40 quadrilhas juninas de toda a Bahia. O foco da Bahiatursa é fazer essa promoção, 54% dos turistas que circulam na Bahia são baianos. Essa é uma forma de apresentar a cultura de cada cidade para o pessoal de Salvador”.
Um exemplo desses turistas em potencial é o cobrador de ônibus Robean Bastos, 24 anos, morador de Periperi, que levou a filha de 5 anos para assistir as quadrilhas juninas. Para ele, a realização do concurso na região valoriza os moradores do bairro. “A cultura chega ao subúrbio, isso é bom para Periperi. A festa foi tranquila, a arquibancada está muito boa, está tudo filé”.
Parceria
Para Brito, as quadrilhas são a maior simbologia dos festejos juninos. “É uma festa de família, os mais antigos lembram de suas raízes, sua cidade, essa festa faz com que este espírito junino se perpetue”. Ele avalia que o campeonato só existe porque há uma parceria com o Governo do Estado. “É preciso que haja a estrutura, a premiação, é isso o que possibilita a realização desta grande festa. Quadrilha junina não é só dança, é cultura, é social, é educação, é organização, é arte”, destacou.
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