Opinião: O muro que Romero insiste em não querer descer

Romero comete o erro da contradição entre suas palavras e suas ações, pois, como ele próprio disse, “esse negócio de neutralidade não é possível na política”

O deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) tem se destacado ultimamente como um dos políticos mais assediados da Paraíba. Sua posição peculiar o coloca no centro de atenção, onde é cortejado tanto pela base do governador João Azevêdo (PSB) quanto por aqueles que oficialmente fazem oposição ao governo. No entanto, essa ambiguidade tem gerado confusão entre seus eleitores e evoca uma declaração que o próprio parlamentar fez em 2022: “Na verdade, político pra mim não pode ficar em cima do muro. Esse negócio de neutralidade não é possível na política”, afirmou na época.

O dilema atual é que, apesar de suas palavras de 2022, Romero Rodrigues parece encontrar uma posição confortável em cima do muro. Essa estratégia o coloca sob os holofotes, mas também alimenta especulações políticas e causa desgaste em seu grupo político. A máquina de comunicação governamental age de forma competente na “estratégia da discórdia”, constantemente apresentando novos elementos para criar atritos entre Romero e seus aliados.

A semeadura da discórdia por parte dos governistas faz parte do jogo político, mas a responsabilidade recai sobre Romero, que, ao permanecer em cima do muro, observa o crescimento das tensões e amplia seu espaço na imprensa. Essa dinâmica pode eventualmente gerar um monstro político que talvez seja difícil de controlar no futuro.

A saída para Romero Rodrigues parece ser definir claramente seu posicionamento político e seu lado. Se deseja apoiar João Azevêdo e indicar sua esposa como vice em uma candidatura governista em Campina Grande, essa pode ser uma escolha legítima. Se pretende manter a aliança com o atual prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), essa também é uma opção válida. Se tenciona lançar sua própria candidatura a prefeito de Campina Grande, que assim o faça. O que não pode persistir é a contradição entre suas palavras e suas ações, pois, como ele próprio disse, “esse negócio de neutralidade não é possível na política”.

Seja o primeiro a comentar on "Opinião: O muro que Romero insiste em não querer descer"

Faça um Comentário

Seu endereço de email não será mostrado.


*