OPINIÃO | O desafio de Rollemberg de montar um governo

Rodrigo Rollemberg, governador durante anúncio dos nomes dos primeiros secretários de seu governo (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Por Ricardo Callado


De uma coisa não se pode culpar Rollemberg: ele não tem medo de errar e nem de mexer em seu governo. O troca-troca constante não é aconselhável. Cria instabilidade. Mas necessário quando uma área não vem dando certo.

Se muitas substituições estão acontecendo, é porque muita coisa não vem dando certo. Time que ganha não se mexe. A sequência de derrotas é o pano de fundo da dança das cadeiras.

Os problemas do governo são conhecidos. Erra na política, se trumbica na comunicação e falha na gestão. É preciso dar um desconto pela forma como Rollemberg herdou o governo. Foi uma herança para lá de maldita. Cenário de terra arrasada.

A questão é que a sociedade já esqueceu o governo Agnelo Queiroz (PT). E exige resultados. Já se passaram mais de 500 dias. E muitos secretários entraram e saíram. Em algumas áreas, o tempo de permanência não passa de seis meses. Alguns entraram no meio do jogo e saíram antes de acabar o primeiro tempo, como Fábio Gondim, na Saúde.

Cada secretário que entra demora um tempo para se encontrar. Às vezes, quando consegue iniciar o trabalho, já é hora de arrumar as gavetas para dar lugar ao próximo titular da pasta.

Como disse no início, se Rollemberg erra, pelo menos tenta acertar. Uma hora essas mudanças terão que dar certo. Do contrário, o governo não sairá do lugar. O medo é que a população se lembre de Agnelo. E de uma outra forma.

As novas tentativas de Rollemberg serão na Comunicação Social do governo e na Casa Civil.

O novo secretário de Comunicação será Luciano Suassuna. A informação foi dada com exclusividade na quarta-feira pelo Blog do Callado (blogdocallado.com).

A saída de Sérgio Sampaio ainda não foi confirmada. Fontes do Palácio do Buriti dizem que ele deve ocupar uma Diretoria da Terracap.

Suassuna vai substitui Vera Canfran, que, por sua vez, deve continuar na equipe do governador. Vera é uma profissional competente, mas não conseguiu montar a sua equipe. Nem imprimir sua linha de trabalho. Ficou engessada no cargo.

Leonardo Suassuna assume apenas em junho. Ele é amigo de longa data de Rollemberg. Assim como a parte do primeiro escalão que se mantém desde o início do governo.

Trabalhou no portal IG, no jornal Zero Hora e na revista IstoÉ. E atuou na campanha de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo, em 2014.

O desafio do novo secretário é estimular mais diálogos com a população e os jornalistas. Ou seja, o Buriti acusou o golpe e ensaia sair da redoma. O governo descobriu que apenas as rodas de conversas não bastam. E que uma estratégia de comunicação interna, que não prioriza o público externo é um suicídio político. É preciso sai da casinha.

Na nova estratégia de comunicação, soma-se o ex-porta-voz de Joaquim Roriz. O também jornalista Paulo Fona é um dos conselheiros do governador.

Se isso basta, o tempo dirá. Tudo vai depender de como Suassuna vai atuar. Se ele terá liberdade ou se será engessado pela engrenagem montada no início do governo. E qual será a sua estratégia.

Se tiver vida longa, será um sinal de que as coisas estão indo bem. Primeira ação deveria ser quebrar a redoma que isola o Palácio do Buriti da sociedade e dos veículos de comunicação.

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