Cooperação técnica entre Brasília e Hungria é debatida em encontro na Câmara Legislativa do DF

No País para participar do Foro Empresarial Brasil-Hungria, que acontece na sexta-feira (20) no Rio de Janeiro, comitiva húngara cumpriu agenda em Brasília nesta quarta-feira (18). No começo da tarde, representantes daquele país estiveram na Câmara Legislativa, em reunião com a presidente da Casa, Celina Leão (PPS), e outros deputados. Possibilidades de cooperação na área de gestão e tratamento de água, além de relações comerciais, estiveram na pauta.

A gestão de águas já havia sido tema de reunião entre representantes húngaros e do Legislativo local em 2015. “Ficamos muito felizes com esta nova visita. A Hungria tem uma tecnologia sustentável impressionante na área”, afirmou Celina. Ela destacou que estação de tratamento semelhante à existente no Lago Paranoá funciona no meio de cidade na Hungria, sem odor.

O vice-chanceler do Ministério das Relações Exteriores e de Comércio Exterior da Hungria, László Szabó, contou ter almoçado em restaurante à beira do lago e, apesar de ter elogiado a paisagem e a vista do local, disse ter percebido algumas questões ambientais que poderiam ser solucionadas com a ajuda de tecnologia de seu país.

Este ano, a comitiva húngara esteve também na Caesb para conhecer o trabalho da companhia e apresentar possibilidades de cooperação, inclusive de financiamento. “Foi uma visita introdutória. Temos muito interesse em estabelecer relações com companhias de água na América Latina”, informou o diretor internacional da Companhia de Águas e Esgotos de Budapeste, Tamás Bencze.

Comércio e cultura – Além de gestão e tratamento de água, outros assuntos foram abordados durante o encontro. O vice-chanceler László Szabó demonstrou entusiasmo em expandir as relações culturais e comerciais com a cidade e o Brasil. Ele elogiou o programa do governo federal Ciência Sem Fronteiras, por meio do qual muitos estudantes brasileiros puderam conhecer seu país, e anunciou a criação de 250 bolsas de pós-graduação para brasileiros.

No cenário comercial, László Szabó informou que seu país tem grande dependência do mercado europeu. “Queremos estreitar laços com a América Latina, em especial com o México e com o Brasil”, apontou.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que, em 2015, as exportações húngaras para o Brasil totalizaram US$ 417 milhões. Por outro lado, os produtos brasileiros exportados para a Hungria ficaram ainda abaixo disso: US$ 239 milhões.

Tecnologias – O vice-chanceler falou de algumas tecnologias e produtos que chamaram a atenção dos distritais presentes na reunião. Um deles é um chiclete que impede o desenvolvimento de cáries. Para o deputado Cristiano Araújo (PSD), esse produto poderia ser distribuído pelo governo no DF para a população de baixa renda. “A rede pública tem carência de dentistas”, argumentou.

Outra tecnologia que causou interesse é a empregada na construção de casas sociais em zonas de guerra. Segundo László Szabó, a tecnologia resulta em construções erguidas em menos de 13h e a um custo inferior a 5 mil euros (menos de R$ 25 mil).

Câmara em Movimento – A ideia de realizar sessões da CLDF em várias regiões administrativas do DF foi elogiada pelo vice-chanceler húngaro. Ele pediu documentos sobre a iniciativa e demostrou interesse em apresentar o projeto para o governo de seu país. Celina Leão destacou que o projeto – que visa a aproximar o cidadão do Legislativo local – tem recebido diversos elogios.

Também participaram do encontro os deputados Rodrigo Delmasso (PTN) e Telma Rufino (sem partido); o embaixador da Hungria no Brasil, Norbert Konkoly; o chefe do Departamento da América Latina do Ministério das Relações Exteriores e de Comércio Exterior da Hungria, Iván Medveczky; a cônsul comercial do Consulado-Geral da Hungria em São Paulo, Zsuzsanna László, e Marcontoni Montezuma, da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).

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