ARTIGO | Uma nova agenda digital para o DF


A expectativa de um novo edital do programa Start-UpBrasil e do lançamento da agenda digital nacional para 2017 pode ter sido absorvida de variadas maneiras pelo setor de Tecnologia da Informação em todo o Brasil. Em Brasília, porém, o anúncio feito nesta segunda-feira (12) pelo secretário de Política de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Maximiliano Martinhão, só nos faz enxergar um rumo: Parque Tecnológico Capital Digital.

 

A criação de um grupo de trabalho interministerial, conforme anunciado pelo secretário, com vistas a realizar um planejamento a longo prazo rumo ao aumento da produtividade e da competitividade é algo que o setor vem buscando há bastante tempo. Somente ações integradas podem evitar o desperdício e permitir o direcionamento dos investimentos.

 

A notícia deixou muitos empresários eufóricos. Muitos ainda desacreditados; outros ansiosos por novidades. A descrença pode ser justificada, em grande parte, pela falta de investimentos práticos na indústria nos últimos anos. Há tempos, o setor privado trabalha por conta própria. Se essa for a oportunidade para incluí-lo nos planos governamentais, só podemos apoiar e clamar ao Governo do Distrito Federal que siga a mesma trilha.

 

O momento é muito oportuno para voltar a esse debate. Na semana anterior ao anúncio, o ministro do MCTIC, Gilberto Kassab, visitou o Parque Tecnológico de Santa Catarina, onde destacou as habilidades e condições do local em incentivar jovens e desenvolver ideias empreendedoras.

 

Enquanto isso, no Distrito Federal, a Terracap lançou o edital de contratação do fundo gestor de investimento para a construção do Parque de Brasília. A Agência de Desenvolvimento doará o lote no valor de R$ 1,4 bilhão. O setor privado, mais uma vez presente, deverá investir cerca de R$ 1,6 bilhão. O gestor irá tratar do fundo durante a edificação do espaço e na manutenção posterior.

 

Ao que parece, a equipe do governador Rodrigo Rollemberg cedeu às diversas investidas que o setor fez pela construção do Parque, somadas à crise que deixa milhões de desempregados no país. Se estivermos certos, 60 mil pessoas terão postos de trabalho garantidos.  Além disso, a indústria de TI é a única limpa, sustentável e capaz de multiplicar cada centavo investido.

 

Investir em inovação, em modernidade, em novos produtos e serviços tecnológicos é o caminho para o sucesso. Independente das entrelinhas, a mensagem é uma só: Brasília pode estar perto de sair da contramão da Tecnologia. Se o governo decidiu mesmo investir em um pólo de TI na Capital Federal, fez a melhor escolha, aquela que deveria ter feito há muito tempo. E, caso a proposta do Governo Federal seja mesmo coerente com a prática da indústria, teremos um 2017 de esperança e de vitórias para comemorar.


Ricardo Caldas é presidente do Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal – Sinfor-DF

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