Por Flávio Resende
Todo mundo conhece alguém que, em algum momento da vida, parou tudo depois de um tropeço – geralmente, uma situação de crise, de perda ou de conflito interno – para tirar um período sabático. A impressão que tenho é de que com a crise mundial financeira, nos últimos dois anos especialmente, mais pessoas têm vivenciado esta realidade.
Mas o que está por trás de parar tudo para resignificar? Cada dia mais, me convenço de que o que realmente gera em nós o sentimento de completude é a consciência do propósito de nossa alma. E, curiosamente, quanto mais sou capaz de reconhecer o meu propósito, mais minhas habilidades se multiplicam e se transformam dentro de mim.
Sri Prem Baba, líder humanitário e mestre espiritual que fundou o movimento global Awaken Love, em um de seus textos, disse que este novo ciclo do tempo traz raras oportunidades de crescimento: “É um movimento no qual temos a chance de ativar nossos potenciais e de colocar nossos dons a serviço do amor, como nunca foi possível antes. Porém, não estando alinhado com o seu propósito, com sua missão na Terra, você será pressionado”.
Daí vem as indagações: O que estamos fazendo com nossos dons? A serviço do que estamos colocando nossas habilidades e inteligência? Pelo que daríamos as nossas vidas?
Tenho vivido, intimamente, este mergulho interno. Estou certo de que ter consciência acerca do nosso propósito é compreender o serviço que viemos prestar à humanidade. E ao temos esse entendimento, percebemos a maior bênção que um ser humano pode ter na vida.
Há quem se sinta ansioso diante desta temática, criando um impedimento para a revelação do propósito. O caminho? Imagino que o atalho para este encontro está em nossa capacidade de nos entregarmos aos comandos do coração.
Outro dia me caiu uma ficha de que o propósito é uma espécie de arandela de nossa alma. As arandelas jogam luz, evidenciam, valorizam os ambientes. Assim é quando sabemos pelo que acordamos todos os dias.
Um exercício que costuma dar certo na profunda busca pelo nosso propósito existencial é resgatar o que fazia nossos olhos brilharem na infância. Estes dons são genuínos, nascem conosco, mas que, por desvios circunstanciais e também por escolhas tortas, acabamos por nos desconectar deles.
A consciência do nosso propósito no mundo nos proporciona a sensação de pertencimento e preenchimento, que tanto buscamos. E estando conscientes do que viemos fazer aqui, canalizamos nossas energias e dons para realizar a meta mestra de nossa existência. A propósito, qual é o seu propósito de vida?
* Jornalista, coach, empresário e curioso pelos mistérios da alma e do coração.
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