Análise: derrota de Cícero em João Pessoa vai atrapalhar os planos de João na disputa ao Senado em 2026

Principal aliado do prefeito da capital, governador depende de um resultado expressivo nas eleições municipais

O cenário político na Paraíba está repleto de nuances e desafios que podem ter repercussões significativas nas eleições futuras, especialmente para figuras proeminentes como o governador João Azevêdo. As eleições municipais deste ano em João Pessoa e Campina Grande, os dois maiores colégios eleitorais do estado, estão envoltas em incertezas e competição acirrada entre diversos atores políticos.

A possibilidade de uma derrota do atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), nas eleições deste ano pode ter implicações diretas nos planos políticos de João Azevêdo, que depende do sucesso de seus aliados para fortalecer sua posição como principal cabo eleitoral.

As denúncias apresentadas pela Polícia Federal durante a Operação Mandare, associadas a uma suposta relação entre órgãos da prefeitura e o crime organizado, podem impactar a reeleição de Cícero, enfraquecendo assim a base política do governador.

A ascensão de candidatos opositores como Ruy Carneiro (Podemos) e Marcelo Queiroga (PL) também representa um desafio para os interesses políticos de João Azevêdo. Ruy Carneiro, com uma ampla aliança e apoio significativo, e Marcelo Queiroga, respaldado pela influência da direita conservadora liderada por Jair Bolsonaro, surgem como adversários formidáveis que podem ameaçar a hegemonia do atual grupo governista.

Ruy Carneiro tem como trunfo uma grande aliança que vai do União Brasil, do senador Efraim Filho, até o MDB do senador Veneziano Vital do Rêgo. Terá um bom tempo de TV, estrutura de campanha e fundo partidário. Além de ser um nome já conhecido pela população e seu trabalho reconhecido.

Já Marcelo Queiroga vai surfar na onda da direita conservadora, tendo como principal cabo eleitoral o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que bateu o martelo em torno de sua candidatura Prefeitura de João Pessoa. Queiroga é um nome respeitado e tende a crescer. Lembrando que Bolsonaro teve uma votação expressiva em João Pessoa nas eleições de 2022.

Além disso, a situação em Campina Grande, onde o grupo governista enfrenta dificuldades para emplacar um candidato, adiciona mais complexidade ao cenário político e evidencia os obstáculos enfrentados por João Azevêdo em consolidar seu apoio político em meio a divergências internas e traições.

O segundo colégio eleitoral, Campina Grande, é derrota certa para João Azevêdo. Lá, o grupo governista não tem candidato competitivo. O PSB tenta emplacar o nome do secretário de Saúde, Jhony Bezerra, mas sem muitas chances.

A disputa está mesmo entre o atual prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil) e seu até então aliado, o deputado federal e ex-prefeito Romero Rodrigues (Podemos). Bruno ainda conta com o apoio do MDB de Veneziano. Tanto em João Pessoa, quanto em Campina Grande, se repetem as pedras no sapato de João: União Brasil, Podemos e MDB. E ainda o PL de Bolsonaro.

Diante desse cenário, é inevitável questionar o futuro político de João Azevêdo e sua ambição de buscar uma vaga ao Senado em 2026. A possível derrota nas eleições municipais deste ano pode comprometer suas aspirações políticas futuras e tornar mais sensato concentrar esforços na consolidação de seu mandato como governador, reconhecido por sua boa administração e compromisso com o desenvolvimento do estado.

O desenrolar dos acontecimentos políticos nos próximos meses será determinante para traçar um panorama mais claro sobre o futuro de João Azevêdo e suas perspectivas políticas na Paraíba.

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