Advogada se cura de miocardite, vira atleta com ajuda de app e caso vai parar nos EUA

Diagnosticada com grave doença no coração, após o uso indiscriminado de emagrecedores, carioca dá a volta por cima e troca o sedentarismo por uma vida de atleta com a ajuda do aplicativo Freeletics. Sua história virou caso de discussão na medicina internacional

Aos 27 anos, a advogada carioca Monique Teixeira foi na onda de milhares de brasileiros que sofrem com a obesidade e resolveu experimentar os “milagrosos” remédios de emagrecimento. Mas o uso excessivo desses medicamentos fez o efeito contrário e ela foi parar numa UTI, diagnosticada com miocardite (inflamação do músculo do coração) pelo uso indiscriminado de aceleradores de metabolismo. Após vinte dias internada, o médico alertou que ela deveria mudar de vida ou iria morrer. A resposta veio dez anos depois: Monique virou atleta e descobriu que a saída pros treinos estava na palma da sua mão, mais precisamente no celular, com o aplicativo Freeletics. Seu caso, de tão emblemático, virou motivo de discussão numa das maiores organizações de cuidados com o coração, a American Heart Association.

“Fiquei quatro anos sem poder me exercitar e, quando fui liberada, tive que começar com coisas leves, como Pilates. Depois, fui pra academia, mas faltava motivação e a monotonia me fez buscar outras formas de treino que me desafiassem. Foi quando meu próprio personal trainer indicou o Freeletics e suas variações de treinos personalizados, usando apenas o peso do próprio corpo, que me fizeram elevar o nível e ir para competições”, explica Monique. Para a advogada, não foi só uma mudança de rotina, mas o fator emocional também foi decisivo na recuperação. “Além dos desafios que o aplicativo impõe na medida do possível, tem muita troca de experiências entre os membros. Um encoraja o outro, dá apoio nas horas que estamos desmotivados, ajudam a corrigir a postura nos exercícios e isso cria uma energia muito boa entre todos”, afirma Monique, que participa de da rede social interna do aplicativo e grupos de discussão entre usuários em outras redes, como Facebook e Whatsapp.

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Monique treina em locais abertos, como no aterro do Flamengo. Quando não tem tempo, usa a sala do seu apartamento para praticar

Sucesso na Europa desde 2013, o Freeletics chegou ao Brasil em três versões (Bodyweight, Gym e Running) e atingiu neste ano a marca de 1,5 milhão de usuários – 250 mil só no estado do Rio de Janeiro. O aplicativo, criado na Alemanha, é resultado do trabalho de atletas e cientistas das áreas de nutrição, educação física e psicologia esportiva, que desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial capaz de compreender o perfil e os objetivos de cada usuário, adaptando-se a cada identidade corporal e preparo físico para criar rotinas de treinos personalizados. O “Coach”, como foi apelidado o algoritmo, também aprende com a experiência do usuário: quanto mais o atleta treina, mais o algoritmo consegue personalizar o treino.

 

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Monique participa da primeira edição do “Atlas Fun and Fitness”, ocorrido na Costa Verde do Rio de Janeiro, no último fim de semana


Para treinar com o Bodyweight, versão mais procurada entre o praticantes, é preciso apenas estar em um espaço mínimo de 4 metros quadrados e usar o peso do próprio corpo. São séries de 15 a 30 minutos por dia, acabando com as famosas desculpas de falta de tempo e espaço. Na versão paga, que pode custar menos de 15 reais por mês, o Coach garante programas de treino exclusivos, com exercícios focados na vontade e nas possibilidades físicas do usuário. “O Freeletics se encaixou como uma luva na rotina apertada do brasileiro, proporcionando liberdade e economia para buscar uma melhor forma física”, explica Gabriel de Oliveira, country manager do Freeletics no Brasil.

Além dos treinos personalizados, a plataforma conta ainda com uma rede social interna para viabilizar a troca de informações e a motivação mútua entre os Atletas Livres, como são chamados os adeptos do Freeletics. Em todo país, inclusive na cidade do Rio de Janeiro, esses grupos se reúnem em locais públicos para os chamados “megatreinos”. “Nos encontramos em locais variados, sempre tentando facilitar para que todos possam ir. Já treinamos na Urca, Vila Sulacap e, na última vez, nos encontramos no Aterro do Flamengo. Estamos organizando o próximo, que deve ocorrer no Largo do Machado, no último sábado de junho”, explica Monique.

A advogada, e agora atleta, hoje colhe os frutos dessa mudança. No último mês, sua equipe ficou em 4o lugar num campeonato para crossfitters, o Atlas Fun and Fitness, que ocorreu na Costa Verde do Rio de Janeiro. Agora, se prepara para mais dois eventos parecidos: Tem Hero e Carioca Games. “Sem sombra de dúvidas, o Freeletics foi essencial para eu me desafiar e chegar ao nível que estou agora”, finaliza.

 

Caso de estudo nos EUA

Monique entrou no hospital com um Índice de Massa Corporal (IMC) de 37, indicando obesidade — segundo o ministério da Saúde, o adequado é estar entre 18 e 25. Com 1,62 metros e 98 quilos, ela procurou no uso de medicamentos emagrecedores que contém anfetamina uma solução para o excesso de peso, mas o efeito foi contrário: a substância atacou seu corpo com tanta violência que seu coração chegou a crescer e houve compressão do órgão, causando a miocardite. O fato ocasionou uma infiltração no seu pulmão e, mesmo em repouso, ela tinha média de 190 batimentos por minuto, quando o normal é entre 60 e 100.

“O quadro da Monique era grave. Ela chegou ao hospital com uma inflamação na musculatura do coração, a miocardite. A chance de morte era alta”, explica o Dr. Edilson Albuquerque, professor da UERJ e cardiologista que acompanha Monique desde sua internação. Pela gravidade do caso e a pouca idade da paciente, o cardiologista levou a discussão para um evento do American Heart Association (Associação Americana do Coração), no Texas (EUA). “Apesar de vários exames que fizemos, ainda havia dúvidas sobre as causas da doença. Levei o caso para um grupo de pesquisa, pois quis ouvir outras opiniões e coletar pontos de vista dos colegas, que foram concordantes de que a miocardite foi causada pela anfetamina”, explica.

Albuquerque completa deixando claro que o sedentarismo e excesso de peso de Monique foram agravantes para a miocardite. “A má alimentação e falta de exercícios certamente contribuíram, principalmente porque estes aspectos prejudicam a atividade cardiovascular. Com o tratamento médico correto, a reeducação alimentar e atividade física regular, ela. conseguiu sua recuperação plenamente. Foi um desfecho feliz”, finalizou

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