A importância da participação social para o enfrentamento da crise gerada pelo coronavírus

Janine Brito*

No começo do mês de abril, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que mais de 30% das empresas de diferentes setores puderam sentir os impactos do novo coronavírus (Covid-19) sobre os negócios, em março, no Brasil. A pandemia mudou drasticamente a nossa realidade social. Como medida preventiva, foi implementado o isolamento populacional, o que, felizmente, salvou milhares de pessoas de contraírem o vírus. Neste período, fez-se necessária a interrupção comercial em prol da saúde pública.

Hoje, com mais informações sobre os cuidados pessoais para evitar a disseminação do coronavírus, começamos a nos adaptar à possibilidade de abrir novamente os comércios, no Distrito Federal, na primeira semana de maio. Ainda assim, vemos que muitos empresários se preocupam com a forma que os negócios se desdobrarão após a paralisação que tivemos. Neste momento, é importante manter o pé no chão para compreender que a Covid-19 mudou o comportamento da sociedade como um todo, inclusive no que diz respeito ao comércio.

Estamos em condições para tentar a reabertura, desde que haja conscientização, disciplina e cuidado. Devo ressaltar também que, para que essa medida funcione, precisamos cuidar da saúde mental assim como estamos cuidando da parte física. É hora de respirar fundo para, cada vez mais, se redescobrir e se reinventar como empreendedor. Com a cabeça no lugar, é possível agir diante da adversidade e afastar qualquer tipo de ansiedade e insegurança.

Logo, para vencer esse momento de crise, é fundamental o equilíbrio de um tripé existente na nossa sociedade, formado pelo governo com o setor produtivo juntamente com a população. A colaboração entre os três segmentos permitirá que possamos passar pela situação de uma maneira mais rápida e eficaz.

Sabemos que, ocasionalmente, o governo precisa tomar medidas, às vezes impopulares, para que tenhamos um retorno econômico rápido e enérgico. Para manter o funcionamento do tripé, o setor produtivo entra em cena para oferecer suporte, visto que é o segmento que mexe diretamente com a geração de empregos e pagamento de altos impostos para manter o funcionamento geral da cidade. Com o alinhamento de ambos os lados, é possível gerar recursos para manter a operacionalidade de hospitais assim como é possível manter a segurança e a limpeza pública.

Tendo em vista o adequamento desses dois lados, a população deve estar disposta a agir em conjunto, possibilitando que a circulação no comércio volte, de forma gradativa e segura, com as devidas proteções estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Sabemos que Brasília é uma cidade reconhecida por se adaptar a novas situações e, como exemplo deste fato, a nossa cidade se tornou referência em respeitar a faixa de pedestre, desde 1997. Em 2018, fomos considerados a cidade mais atenta aos pedestres em todo o Brasil. Agora, devemos estar atentos, novamente, às instruções para evitar a propagação do vírus. Dessa forma, podemos abrir nossos comércios e, aos poucos, teremos fôlego para nos fortalecermos.

Por fim, peço calma! Esta fase passará e, depois dela, teremos mais um ensinamento de como enfrentar momentos difíceis. Nada é impossível quando a criatividade se torna uma aliada para a reconstrução de ideias e projetos. O mundo não acabou e nós devemos continuar firmes, informados e seguros contra o Covid-19. Se mantivermos nossa consciência e cuidados próprios, conseguiremos trazer o funcionamento efetivo de todos os setores. Sigamos confiantes! A força e a determinação serão determinantes ao longo desta jornada.

Diretora executiva da Pinheiro Ferragens, CEO do Grupo Pinheiro de Brito, fundadora do Grupo Empresários em Ação e escritora

Seja o primeiro a comentar on "A importância da participação social para o enfrentamento da crise gerada pelo coronavírus"

Faça um Comentário

Seu endereço de email não será mostrado.


*