Belém (PA) – O estimulo à pesquisa, ciência e tecnologia tem se apresentado como grande oportunidade para o desenvolvimento do Pará e melhoria das condições de vida da população. Entre os investimentos do Estado nesses setores está o Espaço Inovação. O prédio, situado no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá), em Belém, é o primeiro do tipo a entrar em operação na região Norte. Na tarde desta terça-feira (19), empresários conheceram as potencialidades do centro e mostraram interesse em investimento local. A apresentação teve a presença do governador Simão Jatene, secretários de Estado e convidados.
Entre os investidores em potencial estava o empresário da área de tecnologia Paul Bragiel, conhecido por atuar na criação de startups, entre elas o Uber, que oferece um serviço semelhante ao táxi tradicional, conhecido popularmente como serviço de “carona remunerada”. É a primeira vez que Paul vem para a Amazônia. Durante a apresentação dos projetos desenvolvidos no espaço, ele ficou impressionado com as possibilidades de atuação e investimentos.
Diante de jovens pesquisadores, que também relataram suas experiências, o empresário destacou a perseverança no desenvolvimento dos projetos na área de tecnologia e biodiversidade. “Enxerguei aqui uma série de oportunidades, e espero que esses jovens comecem a colocá-las em prática. Uma boa ideia tem que levar em consideração todo o contexto local, explorar as possibilidades. A persistência também é muito importante. O pesquisador, o investidor tem que tentar todas as possibilidades de viabilidade para se se conseguir o resultado esperado e ter sucesso na proposta”, afirmou.
O vice-presidente do Grupo Globo e presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, também participou do evento. Na oportunidade, ele destacou a necessidade de investimentos em novas formas de produção na região que tenham como base a ciência, a tecnologia e a preservação do meio ambiente. “Já trabalho há algum tempo para ajudar a Amazônia a se desenvolver de uma forma que a economia verde possa chegar e substituir as outras economias que não são tão boas assim. O Governo do Pará está muito interessado nessa vertente, e lançou o Pará 2030. Estamos ajudando nesse esforço todo”, afirmou.
Simão Jatene ressaltou os dois grandes desafios da Amazônia, de ser prestadora de serviços ambientais em escala planetária e ser base material de vida digna para as pessoas que nela vivem. “Temos um caminho a percorrer para que ela possa efetivamente exercitar essa dupla provação. E para isso temos que alcançar o que chamamos de tripla revolução, baseada no conhecimento, produção e em novas formas de gestão e governança. Isso não se pode fazer sozinho, temos que buscar parceiros, sejam nacionais ou internacionais, que globalmente têm uma visão parecida com a nossa”, afirmou o governador.
Investimento – A construção e consolidação do Espaço Inovação são de responsabilidade do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet). O prédio, que recebeu investimento de cerca de R$ 20 milhões, é composto por seis laboratórios avançados de pesquisa e desenvolvimento, quatro ligados à Universidade Federal do Pará (UFPA) e dois à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divididos em quase oito mil metros quadrados. O parque foi construído em uma área de 73 hectares cedida pela UFPA e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
Entre os espaços abrigados estão o Centro de Valorização Agroalimentar de Compostos Bioativos da Amazônia (Cvacba) e os laboratórios de Engenharia Biológica, de Instrumentação para Produtos Agroindustriais (Agroind), de Óleos Vegetais e Derivados, de Fitossanidade e Manejo e de Sensores e Sistemas Embarcados (Lasse). O Espaço Inovação abrigará também empresas com grande potencial de crescimento econômico e que tenham por escopo investimentos em inovação.
“O Espaço Inovação nasce de um sonho e com um sonho. Queremos que esse espaço cada vez mais se transforme em um local onde possamos dar universalidade àquilo que temos de específico na Amazônia, mas que possamos também tonar específico o conhecimento universal. É isso que nos empurra para essa construção, para essas parcerias”, finalizou o governador Simão Jatene.
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