Transparência Internacional alerta para nepotismo nos Tribunais de Contas e cita o caso da Paraíba

Organização classifica como grave a indicação de familiares de políticos para cargos vitalícios e aponta epidemia nacional

A Transparência Internacional Brasil classificou como grave a indicação de Alanna Galdino, filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB). A nomeação, aprovada pela ALPB e referendada pelo governador João Azevêdo (PSB), aliado de Galdino, garante um posto vitalício com salário superior a R$ 30 mil. O caso, que tramita sob análise no TCE-PB, foi apontado pela organização como exemplo de um problema sistêmico no país.

Levantamentos recentes mostram que mais de 30% dos conselheiros dos Tribunais de Contas brasileiros são parentes de políticos, o que equivale a pelo menos 74 dos 232 cargos existentes nas cortes estaduais e municipais. Entre os casos destacados estão nomeações de esposas e outros familiares de lideranças políticas, uma prática recorrente que vai além da Paraíba e se espalha por diversos estados.

Os Tribunais de Contas têm a função de fiscalizar o uso do dinheiro público, aprovando ou rejeitando contas de gestores. No entanto, a presença de parentes de políticos nesses cargos levanta preocupações sobre sua imparcialidade. A Transparência Internacional alerta que muitos conselheiros utilizam suas posições para proteger aliados, pressionar adversários e atender a interesses privados, comprometendo a credibilidade dessas instituições e o combate à corrupção.

A organização cobra ações do Judiciário, do Ministério Público e dos próprios Tribunais de Contas para coibir essas indicações políticas. O caso de Alanna Galdino, cuja análise foi adiada para 23 de abril pelo TCE-PB após pedido de auditoria técnica, reflete um cenário nacional que exige medidas urgentes para garantir a independência e a eficiência dessas cortes.

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