A rede de assistência para o controle do câncer de colo de útero no Pará tem sido uma das ações prioritárias da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Para isso, o órgão desenvolveu o projeto estratégico “Atenção no Controle do Câncer de Colo do Útero no Pará: Linha de Cuidados, Capacitação e Rede de Atenção à Mulher”, elaborado em parceria com grupo de trabalho composto por integrantes das coordenações estaduais de Saúde da Mulher, Atenção Oncológica e Educação Permanente em Saúde, pela Assessoria Técnica do Gabinete e pelo Núcleo de Gestão na Atenção à Mulher no Controle do Câncer de Colo de Útero e Mama (Nagam).
O projeto integra o Plano Estadual de Atenção à Mulher, que estabelece ações de saúde voltadas às linhas de cuidados e rede de atenção à mulher no pré-natal de risco habitual, pré-natal de alto risco e combate ao câncer de colo do útero. O plano, cuja execução foi prevista para o biênio 2017-2018, é desenvolvido nas treze regiões de saúde.
Com intuito de intensificar as ações inseridas no projeto, nesta segunda-feira (29), representantes do município de Belém e do distrito de Icoaraci reuniram-se para definir ações do “Março Lilás”, ampla campanha que será realizada pela Sespa para lembrar as mulheres sobre a importância da prevenção e os cuidados, principalmente no que tange à realização do exame Papanicolau (PCCU). “Vamos aproveitar o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para fazermos uma grande ação de saúde com o mutirão de exames de PCCU e ainda vacinação de HPV”, informou a secretária adjunta de Saúde Pública, Heloísa Guimarães, idealizadora do projeto.
O Projeto Estratégico de Controle do Câncer de Colo do Útero iniciou no final de 2016 como um piloto nas regiões de saúde Metropolitana I e II, fechando 2017 com as seguintes ações: capacitação de 200 enfermeiros nas novas diretrizes de controle do câncer do colo do útero; treinamento prático de 700 Agentes Comunitários de Saúde; projeto escrito elaborado e aprovado na Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço do Pará (CIES/Pará) e reunião técnica de médicos ginecologistas, oncologistas e radioterapeutas das regiões de saúde do Pará, para o consenso paraense de controle do câncer de colo do útero.
“São várias ações estratégicas, entre elas, o diagnóstico situacional da rede assistencial nas 13 regiões de saúde do Estado e ações educativas voltadas aos profissionais de saúde da atenção básica e de média complexidade. A meta também é reorganizar o fluxo de atendimento nas linhas de cuidado e rede de atenção, monitorar e avaliar sistematicamente a execução do projeto”, explicou Heloísa Guimarães.
Segundo a coordenadora do Nagam, Nazaré Falcão, neste ano a Sespa continuará fortalecendo as ações de controle do câncer de mama e intensificará a prevenção do câncer de colo do útero, garantindo tratamento de lesões precursoras. “Nesse projeto estamos inserindo a população feminina de 25 a 64 anos, por região de saúde e município. A meta é quantificar 40% da população feminina para o Exame de Rastreamento do Câncer de Colo do Útero (PCCU). Para isso, vamos contar com as equipes de saúde básica, especialmente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS)”, explicou.
Dados
O câncer de colo do útero é o tumor com maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado em estágio inicial. No Pará, o câncer de colo é a primeira causa de óbitos de mulheres por câncer. Em 2016, foram registrados 349 óbitos por esse tipo de CA no Estado.
Para o ano de 2017, foram estimados 57.960 casos novos de casos de câncer de mama e 16.340 de casos novos de câncer de colo do útero no Pará. A estimativa para 2017 era de 830 casos novos de câncer de colo do útero, igualmente para câncer de mama (INCA, 2016). Dados do Hospital Ophir Loyola de 2015 e 2016 registraram 438 e 519 casos novos de câncer de colo do útero, respectivamente, bem abaixo da estimativa do INCA.
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