Secretaria de Saúde de Campina Grande detalha ações sobre caso no ISEA e abre sindicância administrativa

Após denúncia de suposta negligência médica, pasta afasta profissionais e abre sindicância para apurar morte de bebê

Da Redação

A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande anunciou, nesta quarta-feira (12), medidas relacionadas a um caso ocorrido no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), onde uma gestante perdeu o bebê e teve o útero retirado.

Em nota oficial, a pasta informou que os profissionais envolvidos no atendimento foram afastados de suas funções até a conclusão das investigações. Uma sindicância administrativa foi instaurada para esclarecer os fatos, e a Polícia Civil também conduz um inquérito sobre o episódio.

O caso ganhou repercussão após o pai da criança utilizar redes sociais para relatar que a esposa recebeu uma superdosagem de medicamento para induzir o parto, o que teria levado às complicações. A Secretaria de Saúde confirmou que o atendimento à gestante ocorreu no ISEA, maior maternidade pública da Paraíba, mas não detalhou a quantidade ou o tipo de medicamento administrado, aguardando os resultados da apuração interna. O órgão destacou que está prestando assistência à família e que os prontuários médicos foram disponibilizados às autoridades.

A diretora da maternidade, Dra. Suelem Taís Clementino, esclareceu tecnicamente o caso. “Trata-se de uma rutura uterina, que é um caso de extrema gravidade, previsto na literatura médica. Por isso, a cirurgia foi feita imediatamente para salvar a vida da mãe, visto que nesses casos acontece uma ruptura de uma veia uterina, das mais importantes e que promove muito sangramento. É raríssimo a criança sobreviver nestes casos”, explicou.

O diretor administrativo do ISEA, Ítalo Cunha, explicou que a Comissão Interna do Óbito já atua na investigação desde o dia do fato. “O médico que realizou o pré-natal da paciente na iniciativa privada também era o médico de plantão do ISEA no dia do acontecimento, contudo, ele não estava como médico particular da paciente, mas como plantonista do serviço. No plantão, existiam mais outros três obstetras. Ele realizou atendimento à gestante e saiu do plantão após o cumprimento da sua carga horária. O procedimento foi realizado após a sua saída”, disse. Ele também comentou sobre o atendimento e especificou que foram afastados médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

A médica Rayssa Gadelha, coordenadora da UPA Alto Branco, atualizou o quadro de saúde da mulher. “Ela está bem, realizou dois exames de tomografia e está internada no Hospital Municipal Pedro I, devendo passar por novas avaliações”, informou.

Também participaram da entrevista coletiva o coordenador jurídico da Secretaria Municipal de Saúde, Bertrand Filho; a diretora técnica do ISEA, Karolinne Figueiredo; e a secretária-adjunta de Saúde, Karina Lígia.

A gestão municipal reforçou que o ISEA segue protocolos do Ministério da Saúde e que a unidade é referência em gestação de alto risco, atendendo mais de 170 municípios. A secretaria também comunicou que o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) será notificado para acompanhar o caso. A expectativa é que os primeiros relatórios da sindicância sejam concluídos nas próximas semanas.

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