Aracaju (SE) – Cinquenta e nove piscicultores de diversos municípios sergipanos foram certificados esta semana, na Associação dos Pescadores de Betume, em Neópolis, através dos Cursos do Projeto de Apoio à Gestão de Pequenos Empreendedores, desenvolvidos por meio de uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Com os cursos, pequenos produtores aprendem a gerenciar suas propriedades, transformando-as em pequenos negócios. O programa oferece a certificação através de cursos e capacitações técnicas aos criadores. “O Sebrae tem um ótimo relacionamento com a Seidh e, a partir disso, começamos analisando e capacitando a parte técnica dos piscicultores. Mas ultimamente percebemos, também, a dificuldade que esses pequenos empreendedores têm para gerir o negócio, por isso criamos iniciativas específicas para eles. São cursos que ensinam a negociar no campo, empreender e como controlar o dinheiro. Hoje, esses pequenos produtores estão aptos a negociar, cobrar um valor justo e lucrar”, informou a gerente de projetos do Sebrae, Maria Lúcia Alves.
A presidente da Associação dos Pescadores de Betume, Edian das Neves, fez uma avaliação positiva da parceria. “Só tenho a agradecer à Seidh e ao Sebrae por todos os benefícios trazidos à nossa comunidade. Hoje temos orgulho de sermos piscicultores. Os resultados conseguidos aqui mostram que é possível viver bem e ter um salário digno em nossa própria casa, aproveitando os recursos que já temos disponíveis. Essa capacitação chegou em ótima hora”, destacou a presidente.
A técnica do Sebrae ficou satisfeita com o empenho da turma, que contou com alunos do município de Neópolis, Santana do São Francisco, Graccho Cardoso, Pirambu e um grupo de apicultores do assentamento Manoel Dionízio, ressaltando que os produtores estão motivados e aproveitando os conhecimentos adquiridos nos cursos específicos. “Eles já conhecem o manejo nos tanques, faltava aprender a gerenciar a comercialização do pescado. Agora eles entendem que criar peixe em cativeiro ou pescar no rio e colocar no mercado é uma atividade comercial. Os produtores já começam a pensar em investimento e gerenciamento de suas propriedades, administração de receita e obtenção de lucros”, avaliou.
Para a diretora do Departamento de Inclusão Produtiva (DIP) da Seidh, Heleonora Cerqueira, a necessidade da parceria com o Sebrae surgiu da deficiência que esses grupos de piscicultores vinham apresentando acerca da gestão dos seus negócios. “Esse é um momento de culminância dos nossos cursos através da Seidh e a parceria com o Sebrae. A gente vem apoiando esses grupos e aportando recursos para eles melhorarem o beneficiamento de seus produtos, e para que empreendam e ofereçam seus pescados, mas muitas vezes eles não avançam por apresentarem problemas de gestão. Então, iniciamos as tratativas com o Sebrae e os grupos, o que culminou nesse projeto que está sendo formalizado hoje”, explicou.
Caso de sucesso
Um dos líderes da comunidade pesqueira, Magno Fernandes, é referência na atividade no povoado Alagamar, em Pirambu. Ele investe em tanques construídos em sua propriedade e se ocupa em ajudar outros produtores, repassando as informações que recebe em cursos, treinamentos e consultorias oferecidas pela parceria Seidh/Sebrae. “Sou muito grato à Seidh por firmar essa parceria com o Sebrae. Esses cursos ajudam, e muito, na hora de comercializar nosso peixe – no meu caso, a tilápia – não só na região de Pirambu, mas também em todo Baixo São Francisco. Agora é colocar tudo na ‘ponta do lápis’, afinal, nossa atividade agora é um negócio. Temos que anotar tudo”, disse Magno.
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