SBM alerta: caiu o número de mamografias realizadas no Brasil

Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia, em parceria com a Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia, revelam os resultados de uma pesquisa que mostra queda acentuada do número de mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em vários estados do Brasil e em mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos. Os números do Distrito Federal foram os que mais surpreenderam os pesquisadores, já que nos últimos anos apresentavam uma curva de crescimento na cobertura mamográfica: 14,2% em 2013; e 16% em 2014. Já em 2015 esse número caiu para 1,5%, situação pior do que os estados do Acre (6,1%) e Amapá (3,9%).

Isso significa que, das 52 mil mamografias realizadas em 2014, apenas 7, 6 mil foram feitas em 2015. O baixo número de exames pode ser atribuído a alguns fatores. Existem 12 mamógrafos no DF que seriam suficientes para realizar 120 mil mamografias por ano pelo SUS, caso funcionassem com técnicos e médicos radiologistas suficientes. No entanto, há carência de profissionais, que priorizam as emergências com tomografias e ressonâncias e cortam a agenda de mamografias durante o ano, ou seja, os mamógrafos ficaram praticamente parados em 2015. Os números de 2014 são atribuídos à terceirização de um serviço de unidades móveis, cujo contrato não foi renovado no ano seguinte. Esse serviço ajudou a aumentar o número de exames e as mulheres não precisavam de pedido médico, porém, após receber o laudo, não tinham um acompanhamento para diagnóstico e tratamento, caso fosse necessário.

O rastreamento praticamente zero ainda se depara com a situação caótica enfrentada pelas pacientes que já apresentam algum tipo de patologia. Não tem radioterapia, a fila da quimioterapia é enorme e seriam necessários hoje cerca de 28 mil exames de mamografia diagnóstica, porém o Distrito Federal só produziu 7,5 mil ao todo.

A Sociedade Brasileira de Mastologia defende um tratamento digno e rápido para mulheres com queixas mamárias e, de uma forma muito especial, para aquelas que têm suspeita ou diagnóstico de câncer e que sofrem nas filas ou por falta de acesso. Também defende o rastreamento digno para todas as mulheres, com serviço próprio para mamografias, biopsia e diagnóstico, além de um corpo clínico de profissionais específicos para trabalhar com mama. Somente desta forma será possível evitar reduzir o número de casos avançados e da mortalidade.

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