São Paulo foi considerada a cidade brasileira com o maior potencial de desenvolvimento em 2016, em um ranking que avaliou 700 municípios do país. A pesquisa está em sua segunda edição e foi divulgada hoje (7) pelas empresas Urban Systems e Sator, no evento Connected Smart Cities 2016.
O estudo analisou 11 setores das cidades a partir de mais de 70 indicadores. Foram avaliados mobilidade e acessibilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia e inovação, saúde, educação, empreendedorismo, governança, economia, segurança e energia.
No ano passado, o Rio de Janeiro havia ficado com a primeira posição, mas o eixo de mobilidade e acessibilidade rendeu aos paulistanos o título deste ano. Pesou para essa avaliação a implantação de 150 quilômetros (km) de ciclovias em 2015, além da reserva de 460 km de faixas exclusivas para ônibus.
A diretora executiva da Sator, Paula Faria, explicou que São Paulo se destaca na mobilidade por ter um histórico de investimentos no setor, que ultrapassa uma única gestão. “Já tinha ficado em primeiro [em mobilidade] no ano passado e vai ficar durante muito tempo, porque são investimentos sistemáticos de muitos anos. Tem metrô, trem, corredores de ônibus e as ciclovias melhoraram ainda mais”, diz ela, que acrescenta que novos indicadores de transparência adotados neste ano também renderam boa pontuação para o município.
São Paulo foi considerada ainda a melhor cidade em tecnologia e inovação. O estudo destaca que a capital tem boa oferta de infraestrutura de comunicação e fica à frente das demais no número de patentes registradas e no valor financiado em bolsas de pesquisa.
Segundo colocado, o Rio de Janeiro foi considerado a melhor cidade do Brasil em economia e em empreendedorismo. O Rio concentra mais de 20 incubadoras de empresas e tem cinco polos tecnológicos, e a pesquisa também chama a atenção para o peso da capital na economia fluminense, com 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
A lista das dez primeiras colocadas continua com Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Vitória, Florianópolis, Barueri, Recife e Campinas. A capital do Espírito Santo foi a mais bem avaliada em saúde e educação, Belo Horizonte foi a primeira em meio ambiente, e Curitiba teve a melhor governança e o melhor urbanismo.
Apesar de não ter atingido as dez primeiras posições no ranking geral, a pernambucana Ipojuca ficou em primeiro lugar na segurança. Já a paranaense Guarapuava foi a mais bem posicionada em energia.
Porte de cidades
A pesquisa também produziu rankings levando em consideração o porte das cidades. Amparo, em São Paulo, ficou na primeira colocação na categoria de até 100 mil habitantes. Já Vitória foi considerada a melhor cidade com até 500 mil habitantes.
Para selecionar as 700 cidades avaliadas entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, os pesquisadores levaram em conta a disponibilidade de informações, a participação de todas as regiões e a inclusão de municípios de todos os portes. Presidente da Urban Systems, que fez a pesquisa, Thomaz Assumpção conta que a obtenção de informações foi uma das maiores dificuldades do estudo, que se baseou apenas em dados oficiais.
“Às vezes, a percepção da população não é a mesma, mas a gente não lida com percepção, a gente lida com numerologia”, disse Assumpção.
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