Campo Grande (MS) – Elaborar um mapa de oportunidades de Mato Grosso do Sul, com objetivo de atrair a iniciativa privada para o projeto de construção do corredor rodoviário bioceânico entre o Centro-Oeste e o Oceano Pacífico. Essa foi a deliberação da reunião do Governo do Estado com o setor produtivo na manhã desta sexta-feira (10), na governadoria, para tratar da pauta do Seminário Corredor Bioceânico Rodoviário “Brasil, Paraguai Argentina e Chile”, Rota Porto Murtinho – Portos Norte do Chile, marcado para o dia 29 de julho, na Capital.
A reunião teve participação do ministro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, que em áudio-conferência destacou a necessidade de buscar apoio da iniciativa privada para a concretização da tão sonhada rota bioceânica. “O corredor não se faz só com o esforço governamental. É imprescindível a participação do setor privado”, disse Castro. O ministro afirmou ainda que o setor privado, por sua vez, não pode andar dissociado do mundo acadêmico, citando pesquisa em elaboração pela Universidade de São Paulo (USP) para identificar os produtos que podem ser transportados pela rota.
Um importante passo para a concretização do projeto foi dado na última quarta-feira (8), quando Brasil e Paraguai formalizaram acordo para a construção de ponte rodoviária internacional sobre o rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Paraguai). A previsão é que a ponte demande investimentos de aproximadamente R$ 120 milhões, montante que será compartilhado entre os dois países.
O seminário já tem confirmadas presenças de ministros do quatro países e será precedido por uma reunião do Grupo de Trabalho do Corredor Bioceânico, no dia 28 de julho, com objetivo de levantar possíveis implicações do projeto, entre elas as referentes à logística e à burocracia fiscal nas aduanas. “Além de reduzir o tempo de trânsito e o custo do serviço de transporte e armazenagem, a rota bioceânica vai estimular o uso de mais de um modal para escoamento da produção regional”, destacou o governador Reinaldo Azambuja.
Com a construção da ponte, partir de Porto Murtinho o corredor cruzará território paraguaio e argentino até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique, no Chile. A partir da costa chilena, o objetivo é facilitar a penetração dos produtos do Centro-Oeste nos mercados asiáticos, importantes compradores em especial do setor agropecuário sul-mato-grossense. Além de escoar a produção, a rota vai permitir a importação direta de insumos a preços mais compensadores. “Vai aumentar a competitividade do setor produtivo do Estado e proporcionar o desenvolvimento de projetos integração e a agregação de valor”, afirma o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica (Segov), Eduardo Riedel.
A reunião desta manhã também teve participação dos secretários de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade), Jaime Werruck, e de Infraestrutura (Seinfra), Marcelo Miglioli. Por parte do setor produtivo participaram o presidente da Federação das Indústrias de MS (Fiems), Sérgio Longen; presidente da Federação das Associações Empresariais de MS (Faems), Alfredo Zanlutti; diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Lucas Galvan; presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Edson Araújo, e presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário, Cláudio Cavol (SETCEMS).
Evento – O Seminário Corredor Bioceânico Rodoviário “Brasil, Paraguai Argentina e Chile”, Rota Porto Murtinho – Portos Norte do Chile será realizado no dia 29 de julho, em Campo Grande, com objetivo de divulgar a conexão rodoviária entre Mato Grosso do Sul e o Pacífico, promover interação entre os setores empresariais dos quatro países e atrair a atenção do mundo acadêmico para o projeto Corredor Bioceânico.
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