A paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus feita hoje (19) foi encerrada com uma hora de antecedência e os ônibus já voltaram a circular no Terminal Pinheiros. Apesar de o terminal ser integrado à Linha 4 Amarela do Metrô e à Linha 9 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), passageiros se sentiram prejudicados com o movimento por não terem outra alternativa para se locomover. A paralisação foi feita como forma de protesto ao reajuste salarial de 2,31% oferecido pelas empresas. A categoria reivindica 5% .
Apesar de ter sabido com antecedência da paralisação de hoje, o técnico em internet Rodrigo Magalhães, 40 anos, foi pego de surpresa, pois acreditava que o ato seria feito pela manhã. “O problema é que eles fazem paralisação e não se preocupam com o povo. Sou a favor de que eles façam manifestação, mas que pelo menos deixem as pessoas cientes. Estou indo do trabalho no Bom Retiro para casa no Campo Limpo, e mesmo que eu pegue o metrô, obrigatoriamente terei que usar um ônibus”, disse.
Reclamações
A dona de casa Raquel de Carvalho, 58 anos, disse que se sentia presa. Ela sabia da paralisação, mas tinha consulta médica e não podia adiar. “Eu só não deixei para outro dia porque estou passando mal. Vou ter que esperar porque de qualquer maneira teria que pegar um ônibus porque vou para o Campo Limpo. Eles podiam liberar a catraca para o povo, já que eles querem aumento e a prefeitura não dá. Nós já pagamos a passagem e ter que pagar por isso é demais”.
Já biomédica Ana Hernandes, 24 anos, veio de Serra Negra para buscar um certificado de ensino e dependia do ônibus para chegar à universidade. “Eu viajei quatro horas, peguei um engarrafamento para chegar em São Paulo e agora preciso ir para o Morumbi. Não sei o que vou fazer porque não conheço São Paulo. Além de ir na faculdade, preciso ir em outro local para levar o certificado e voltar ainda hoje para o interior”.
A doméstica Eliana Souza, 34 anos, estava inconformada com a situação. “Acho um absurdo. Eles querem aumento, mas esquecem do povo”, protestou. Moradora do Grajaú, zona sul paulistana, Eliana foi ao centro fazer uma série de exames e teve de esperar mais de uma hora para embarcar.
De outro lado, o assistente de distribuição David de Paula Souza, 19 anos, defendeu o protesto dos rodoviários. “Acho justo que eles estão lutando pelos direitos deles, apesar dos transtornos. Infelizmente, se não for assim, não se consegue nada”, disse o jovem que esperava um ônibus para ir à faculdade na zona sul da capital.
Ontem (18), uma ação semelhante dos rodoviários também interrompeu a circulação de ônibus na capital entre as 10h e o meio dia.
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