Reprovação supera aprovação em redutos históricos e popularidade de Lula derrete até no Nordeste

Pesquisa revela que, pela primeira vez, rejeição ao presidente ultrapassa apoio em Bahia e Pernambuco, com queda significativa de popularidade no Nordeste

Da Redação

Uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta quarta-feira (26), mostra que a reprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) superou numericamente a aprovação em estados onde ele venceu as eleições de 2022, como Bahia e Pernambuco. O levantamento, contratado pela Genial Investimentos, indica um recuo expressivo na popularidade do petista no Nordeste, região historicamente favorável ao PT, sinalizando um desafio para o governo em sua base eleitoral.

Na Bahia, a desaprovação a Lula alcançou 51%, ante 47% de aprovação, um aumento de 18 pontos percentuais na rejeição desde dezembro de 2024, quando o índice era de 33%. Já a aprovação caiu 19 pontos, de 66% para 47%. Em Pernambuco, a rejeição subiu de 33% para 50%, enquanto o apoio despencou de 65% para 49%, uma queda de 16 pontos. Pela primeira vez, os dois estados, que foram decisivos na vitória de Lula há três anos, registram mais eleitores insatisfeitos com o governo do que favoráveis.

O levantamento abrangeu oito estados que representam 62% do eleitorado brasileiro: Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. Nos estados do Sudeste e Sul, a reprovação ultrapassou 60%, com destaque para São Paulo (69%), Rio de Janeiro (64%) e Minas Gerais (63%). No Nordeste, apesar da tradição de apoio ao PT, a queda de popularidade reflete um cenário de desgaste, agravado por fatores como a percepção negativa da economia e promessas de campanha não cumpridas, segundo analistas associados ao estudo.

Realizada entre 19 e 23 de fevereiro, a pesquisa entrevistou eleitores acima de 16 anos, com margens de erro variáveis: 3 pontos percentuais na maioria dos estados e 2 pontos em São Paulo. O nível de confiança é de 95%. Os dados mostram que o Nordeste, embora ainda seja a região com maior aprovação ao governo, registra uma tendência de declínio, colocando em alerta a estratégia política do Planalto para os próximos anos.