Ramo de Serviços em TI cresce três vezes mais que o Setor de Serviços

Levantamento apresenta panorama das receitas das empresas de serviços em tecnologia da informação no Brasil. Pequenas são maioria, mas grandes têm maior participação

A mais recente edição do “Insight Reports – Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação”, que se dedicou a analisar o comportamento das receitas das empresas no Brasil, confirma a expansão da atividade no país, a partir da última década. De acordo com o estudo, o ramo de serviços em TI (tecnologia da informação) acumula crescimento nas receitas acima da média do setor de serviços de um modo geral.

O estudo – elaborado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-PR) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) – mostra também que as pequenas empresas são maioria no ramo de serviços em TI e registram aumento da receita em proporção superior ao das grandes. Estas, contudo, seguem respondendo pela maior parte do faturamento e dos empregos do ramo.

Consolidado em setembro último, o levantamento traz dados referentes ao período de 2012 a 2019. Neste intervalo de oito anos, o setor de serviços no Brasil registrou crescimento da receita bruta da ordem de 10% ao ano. Dentro do setor de serviços, a receita bruta do ramo de serviços em TI subiu mais que o triplo (31% ao ano), alcançando cerca de R$ 202 bilhões, ao final do exercício de 2019.

“Houve uma desaceleração do crescimento da receita bruta do ramo de serviços em TI, nos anos de 2015 e 2016. Mas a recuperação foi rápida, já a partir de 2017, tanto que em 2019 o crescimento foi de 66% em relação a 2018, muito mais acelerado que a média de todo o setor de serviços (de 14% em 2019)”, sublinha o professor Victor Manoel Pelaez Alvarez, da UFPR, um dos coordenadores do estudo.

Do total de R$ 202 bilhões de receita bruta das empresas do ramo de serviços em TI em 2019, quase 84% vieram das grandes empresas e, os outros 16%, das empresas pequenas, acrescenta o professor. No entanto, de 2018 para 2019, as receitas das empresas menores aumentaram mais, proporcionalmente, que as das maiores: 16%, ante 10%, conforme enfatiza a análise.

EMPREGO

Ainda segundo o levantamento, do total de 71 mil empresas do ramo de serviços em TI no Brasil, contabilizadas em 2019, quase 95% eram de pequeno porte – um aumento de cerca de 10% em relação ao ano anterior.

Contudo, as grandes (5% do total de empresas do ramo) respondiam por 72% dos postos de trabalho. Mesmo assim, de 2018 para 2019, as pequenas cresceram mais, proporcionalmente, neste item: 10%, enquanto o conjunto de pessoas ocupadas nas grandes subiu 8%.

SEGMENTOS

O estudo mostra, ainda, que o segmento de “desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e não customizáveis” corresponde à maior fonte de receitas dentro do ramo de serviços de TI: 30% do montante de R$ 201,7 bilhões consolidados em 2019.

Os outros 70% têm distribuição bastante heterogênea, entre Consultoria em TI (17%), Portais e serviços de informação na internet (17%), tratamento de dados, Provedores e hospedagem em internet (12%), Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda (12%) e Suporte técnico e manutenção (12%).

SOBRE O ESTUDO

A edição do “Insight Reports” da Assespro-PR e da UFPR foi feita com base na mais recente edição da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativa ao ano fiscal de 2019. A pesquisa do IBGE é publicada com uma diferença de dois anos, em relação à finalização da coleta dos dados.

Lucas Ribeiro, Presidente da Assespro-PR e CEO do ROIT BANK

Na avaliação do diretor-presidente da Assespro-PR, Lucas Ribeiro, o recorte feito pela entidade em conjunto com a UFPR é importante para a área de inovação identificar e compreender suas especificidades. A análise conjuntural tem sido realizada mensalmente, pela Assespro-PR e pela UFPR, desde 2018. “Essa interação – setor produtivo, universidade, instituições do governo, organizações da sociedade – é imprescindível para todas as partes envolvidas na área de inovação”, assinala Ribeiro.

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