Professores em greve ocupam coordenadoria de educação no Rio Grande do Sul

Professores e funcionários de escolas estaduais gaúchas ocuparam hoje (7) a sede da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Porto Alegre. A ação é uma forma de pressionar o governo do estado a se reunir com a categoria, em greve há quatro semanas.

“Avaliamos que os problemas da nossa categoria e da educação pública estão para além da Secretaria da Educação. Por isso, estamos reivindicando uma audiência conjunta também com a Casa Civil e com a Secretaria de Fazenda”, explicou Terezinha da Silva, diretora do 38º núcleo do Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato), uma das professoras que ocupam a coordenadoria. Segundo ela, outras coordenadorias regionais de educação foram ocupadas no interior do estado. Terezinha disse que os professores e funcionários só deixarão os locais quando a audiência estiver oficialmente agendada.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Educação informou que o titular da pasta, Luís Alcoba de Freitas, esteve na ocupação pela manhã e tentou conversar com os professores, que teriam se recusado a dialogar. Ele está reunido com outros membros do governo para tratar da negociação com os grevistas. Ainda segundo a assessoria, os manifestantes solicitaram audiência com o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e não com os secretários citados por Terezinha. Sartori cumpre agenda fora do estado.

A greve dos professores gaúchos começou no dia 13 de maio. Os professores pedem um reajuste salarial de 13,01% referente a 2015, e de 11,36% para 2016. Segundo o sindicato, o piso da categoria no estado está defasado em 69,44% em relação ao piso nacional do magistério.

Alunos ocupam escolas

Desde que a greve dos professores começou no Rio Grande do Sul, o movimento ganhou a adesão de alunos, que já ocupam 186 escolas em todo o estado. Os estudantes reclamam da precariedade da infraestrutura das escolas e também fazem suas próprias reivindicações, como o aumento do repasse estadual para a merenda, eleições para direção das escolas e contratação de mais professores e funcionários.

Hoje de manhã, o secretário Alcoba visitou quatro escolas ocupadas em Porto Alegre para negociar com os alunos. Ele entregou aos estudantes uma lista de propostas do governo, que incluem a definição de espaços específicos para que os alunos permaneçam em manifestação, bem como a liberação de uma verba emergencial para reformas no valor de R$ 40 milhões dos R$ 230 milhões previstos para o setor no ano.

O documento entregue por Alcoba aos alunos dá prazo de 48 horas para que os alunos liberem as escolas. Caso os estudantes não aceitem as propostas, o governo gaúcho encaminhará à Justiça pedidos de reintegração de posse.

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