Pressão sobre Dino cresce após reuniões no MJ com esposa de líder do CV

A notícia de encontros entre servidores do Ministério da Justiça e Luciane Barbosa Farias, esposa de um líder do Comando Vermelho, intensifica pedidos de explicações e impeachment do ministro Flávio Dino

A pressão sobre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, aumentou significativamente nesta segunda-feira (13), após a divulgação pelo jornal O Estado de S. Paulo de que Luciane Barbosa Farias, esposa de um líder do Comando Vermelho no Amazonas, foi recebida no Ministério da Justiça (MJ) por duas vezes este ano.

Luciane participou de reuniões com assessores de Dino em março e maio, com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais, respectivamente. Embora o nome dela não conste das agendas oficiais do MJ, a pasta confirmou sua presença nas reuniões.

Os deputados federais Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Filipe Barros (PL-SP) reagiram à notícia anunciando pedidos de impeachment de Dino. Eles acreditam que o ministro cometeu uma grave violação ao princípio republicano e ao mandamento constitucional da moralidade na administração pública.

Kataguiri argumenta que Dino usou seu cargo para garantir interlocução com o crime organizado, citando especificamente o Comando Vermelho, enquanto Barros acusa o ministro de atentar contra a segurança interna do país, uma causa expressa para impeachment de ministros segundo a lei. Os deputados abrirão seus pedidos para assinaturas de outros parlamentares.

Este desenvolvimento no Ministério da Justiça levanta questões significativas sobre os procedimentos de segurança e inteligência na pasta, além de gerar preocupações sobre a interação de membros do governo com indivíduos ligados a organizações criminosas. A situação coloca em foco a necessidade de transparência e integridade na gestão pública, especialmente em áreas sensíveis como a segurança nacional e o combate ao crime organizado.