Operação Sem Desconto aponta descontos indevidos em benefícios de aposentados, e Sindnapi é descredenciado
Da Redação
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na quarta-feira (23), a Operação Sem Desconto, que investiga fraudes de R$ 6,3 bilhões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), incluindo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atua como vice-presidente. A operação, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu 211 mandados de busca e apreensão, seis de prisão temporária e sequestrou bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão em 13 estados e no Distrito Federal.
As investigações revelaram que o Sindnapi, uma das 11 entidades alvos, aplicava descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, diretamente na folha de pagamento. Em 2024, o sindicato arrecadou cerca de R$ 77,1 milhões em contribuições, sendo que 76,9% dos descontos não tinham aval dos beneficiários, segundo auditoria da CGU. A entidade foi descredenciada, e seus Acordos de Cooperação Técnica com o INSS foram suspensos.
Frei Chico, filiado ao Sindnapi desde 2008, não foi diretamente alvo de mandados, mas o presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, é citado nas apurações. Em nota, o Sindnapi afirmou apoiar a investigação, destacando que a defesa dos aposentados é sua prioridade e que uma apuração transparente ajuda a corrigir irregularidades. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e cinco servidores foram afastados por decisão judicial.
O esquema, que operou entre 2019 e 2024, afetou cerca de 6 milhões de beneficiários, com mensalidades cobradas sem consentimento para supostos serviços como planos de saúde. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou os aposentados como “vítimas fáceis” de criminosos. O governo prometeu ressarcimento, utilizando bens apreendidos ou recursos públicos, se necessário.
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