A Operação Bota-Fora da Polícia Federal (PF), deflagrada hoje (7), apreendeu documentos, computadores, notebooks e tefeones celulares em endereços vinculados ao consórcio Complexo Olímpico de Deodoro, responsável pela construção do Complexo Esportivo Deodoro, zona oeste do Rio de Janeiro, que integra a infraestrutura para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
A investigação da PF começou em janeiro de 2016, a partir de atividade de fiscalização realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2015. Há indícios de que a principal empresa integrante do consórcio responsável pelas obras, com a participação das outras duas empresas citadas na investigação, tenha falsificado documentos públicos e a oneração de serviços e fraudado transporte e destinação dos resíduos sólidos.
O acréscimo no custo da obra pode ter sido causado pela alteração do trajeto realizado pelos caminhões de resíduos, segundo a Polícia Federal. Há suspeita de que foram feitas rotas não previstas em contrato, com a escolha de um intermediário para o pagamento do serviço de destinação, em vez da contratação direta do aterro que receberia os resíduos. A investigação aponta ainda que o consórcio foi o responsável pelo cálculo dos desvios.
A PF já ouviu 39 pessoas desde a instauração do inquérito policial e as investigações prosseguem.
Defesa
A Prefeitura do Rio negou ter feito qualquer pagamento referente aos serviços que são alvo das investigações.
Em nota, o consórcio Complexo Olímpico de Deodoro informou que já prestou os esclarecimentos necessários às autoridades competentes. “O consórcio esclarece ainda que a alteração do custo de transporte de resíduos se deve ao acréscimo da quantidade de material transportado, o qual não estava previsto inicialmente no projeto básico. Tal alteração não impactou o valor total da obra estipulado em contrato”, diz o texto.
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