O paraibano triunfa em recuperação na classe T47 e atinge a melhor marca da temporada com 10s68
O paraibano Petrúcio Ferreira, de 27 anos, assegurou seu terceiro título paralímpico na prova dos 100 metros durante uma emocionante competição realizada na tarde desta sexta-feira no Estádio Olímpico de Paris. O atleta cruzou a linha de chegada com o tempo de 10s68, seu melhor desempenho nesta temporada, na classe T47, destinada a atletas com deficiência nos membros superiores.
“É uma emoção indescritível viver este momento. Sou muito grato a todos que me apoiaram. Petrúcio está conquistando o mundo”, afirmou o tricampeão ao canal Sportv. Ele ainda compartilhou os desafios enfrentados ao longo do ano: “Tenho lutado internamente com meu corpo, me cobrando muito no dia a dia. Estou mostrando de onde venho. Minha esposa, que está em casa assistindo, sabe de tudo. Ela é uma pessoa maravilhosa para mim.”
Pouco antes da vitória de Petrúcio, outro brasileiro, o fluminense Ricardo Gomes de Mendonça, de 34 anos, também garantiu o ouro na prova dos 100 metros na classe T37, com o tempo de 11s07, conquistando seu primeiro título paralímpico após ter levado o bronze em Tóquio 2020. Além de Ricardo, outros dois brasileiros se destacaram na prova: Christian Gabriel Luiz terminou em quarto e Edson Cavalcante em quinto.
“O Brasil veio para mostrar que Paris vai virar um grande baile”, comemorou Ricardo ao Sportv. “Depois de um acidente que mudou minha vida, hoje sou campeão paralímpico”, completou, antes de se juntar a Petrúcio para celebrar juntos na pista do Stade de France.
Ricardo sofreu um acidente em 2014 que deixou sequelas no braço e na perna do lado direito. Iniciou sua carreira no esporte paralímpico em 2019 e, dois anos depois, passou a treinar no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A classe T37 é destinada a atletas com transtorno do movimento e falta de coordenação motora moderada em um dos lados do corpo.
Ouro de Petrúcio
Competindo na classe T47, Petrúcio Ferreira já havia conquistado o ouro nos 100 metros nas Paralimpíadas do Rio 2016 e Tóquio 2020. Além disso, acumula uma prata e um bronze nas provas de 400 metros, e outra prata no revezamento 4x100m misto no Rio. O paraibano também é tetracampeão mundial e detentor do recorde mundial nos 100m com 10s29. Em 2019, tornou-se o atleta paralímpico mais rápido do mundo, com a marca de 10s42. Petrúcio também é tricampeão em Jogos ParaPanamericanos.
“A gente está aqui para mostrar a transformação que o esporte proporciona”, destacou Petrúcio.
Quem é Petrúcio Ferreira
Petrúcio Ferreira perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo, aos dois anos de idade, após um acidente com uma máquina de moer capim. O paraibano, que sempre foi apaixonado por futsal, destacava-se pela sua velocidade, o que chamou a atenção de um treinador e o levou ao atletismo.
Principais conquistas
Petrúcio Ferreira tem um currículo impressionante, com conquistas recentes como o ouro nos 100m no Mundial de Kobe 2024 e nos Jogos ParapanAmericanos de Santiago 2023. Ele também foi campeão nos 100m no Mundial de Paris 2023, e obteve ouro nos 100m e bronze nos 400m nas Paralimpíadas de Tóquio 2020. Outras vitórias incluem múltiplos ouros nos 100m, 200m e 400m em diversos Mundiais e Jogos ParaPanamericanos desde 2015, além de ser o atual recordista mundial nos 100m e 200m.
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