Padre Egídio viola medidas cautelares de prisão domiciliar, aponta monitoramento eletrônico

Religioso acusado de desviar milhões do Hospital Padre Zé é monitorado por tornozeleira eletrônica; defesa contesta alegações. ALPB se omite em abrir uma CPI para investigar o escândalo de corrupção

Da Redação

O Centro de Monitoramento de Tornozeleira Eletrônica (CMTE) da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap) informou que o Padre Egídio de Carvalho descumpriu medidas cautelares impostas pela Justiça. Segundo o monitoramento, Egídio deixou a residência onde cumpria prisão domiciliar sem justificativa. A defesa do religioso contesta as alegações.

Padre Egídio é acusado de ser líder de um esquema criminoso responsável por um desvio milionário contra o Hospital Padre Zé. Ele ficou preso na Penitenciária do Valentina por cinco meses, mas desde abril de 2024, cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) se recusou a abrir uma CPI para investigar o caso.

A Seap comunicou à 4ª Vara Criminal de João Pessoa que Padre Egídio violou as medidas cautelares entre 18 de abril e 27 de junho, com um episódio específico no dia 21 de junho, sem apresentar justificativa. Entre 25 de abril e 2 de maio, ele também saiu, mas enviou atestados médicos para justificar as saídas, e no dia 18 de abril, compareceu na Central para instalação do dispositivo.

“Enviamos relatório com todas as saídas e os atestados médicos”, diz o ofício encaminhado pela Seap à Justiça.

O juiz José Guedes Cavalcanti Neto, da 4ª Vara Criminal da Comarca de João Pessoa, encaminhou as informações ao Gaeco do Ministério Público para posicionamento.

A defesa de Padre Egídio contestou a alegação de que ele teria quebrado a medida cautelar de prisão domiciliar no último dia 21 de junho. Eles argumentam que, devido ao estado de saúde do religioso, a distância registrada pelo monitoramento seria “fato impossível”.

Segundo o CMTE, o religioso teria percorrido 3,2 km para ir e voltar de sua residência, na Avenida Cabo Branco, a outro ponto da orla, perto de um hotel. A defesa solicita ao CMTE o relatório detalhado do dia e as câmeras do prédio onde mora Egídio para provar que ele não deixou o local na data e hora apontadas.

Padre Egídio é acusado de ser o líder de um esquema criminoso que desviou milhões do Hospital Padre Zé. As investigações começaram após o furto de 100 aparelhos celulares da instituição, denunciado em agosto do ano passado. Em 5 de outubro, uma operação mais ampla foi deflagrada para investigar o caso.4o

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