OPINIÃO | Eleições 2018: os movimentos que dizem muito

Por Ricardo Callado


Quem pretende chegar competitivo em 2018 mantém movimentação ativa. Basta acompanhar a agenda política para saber quais são alguns dos postulantes ao Palácio do Buriti.

Declaradamente, apenas o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) é candidato e a adoção de uma nova postura se faz necessária, porque o tempo passa muito rápido.

A construção de uma agenda positiva e fora dos gabinetes faz muito bem. Esse choque de realidade é recomendável. O poder é efêmero.

Se enfurnar no palácio rodeado de assessores é o primeiro passo para se desconectar do que se realmente pensa do governo. Ouvir a pessoas erradas é o segundo. Perde-se a expectativa do poder muito rápido.

É preciso agir hoje para se construir um futuro político. Rollemberg parece que enxergou isso. Tem dois caminhos: ou chega competitivo em 2018 – que já bem ali – ou vira um cadáver político como o ex-governador Agnelo Queiroz (PT).

A quem tem poder e deixa escapar resta no futuro analisar os erros cometidos, e o arrependimento, já que muita coisa poderia ser diferente.

Os candidatos à vaga de Rollemberg são muitos, e se movimentam pela cidade.

Nas últimas semanas, o assessor especial da Presidência da República, Tadeu Filippelli (PMDB), vem sendo visto em várias regiões administrativas. Em feiras, reuniões, comércios, residências.

Filippelli hoje é a grande ameaça a Rollemberg. Tem um rol de partidos com bom tempo de TV e lideranças que podem formar um grupo competitivo.

Também tem a simpatia do governo federal e pode se tornar o herdeiro político de Joaquim Roriz, ainda hoje, o maior líder que o DF já teve.

O deputado federal Alberto Fraga (DEM) está mais vivo do que nunca. Conseguiu reaglutinar a tropa da Polícia Militar e dos Bombeiros a seu favor. Essa semana participou de uma carreata dos militares no centro de Brasília para cobrar aumento salarial de 25,4% e ampliação do plano de saúde.

Atualmente, o DF tem 7,8 mil bombeiros militares e 13,6 mil policiais militares. Fraga foi o deputado mais votado em 2014 e ganha espaço na oposição. Além de fazer o dever de casa com os miitares.

Fraga afirma que não abre mão de ser candidato ao GDF, tenta se cacifar no grupo de centro e de direita, e dos leitores que estão abandonando a esquerda e centro esquerda. O deputado Federal Rogério Rosso (PSD), outro candidato ao Governo do Distrito Federal, não está nas ruas, mas em todos os veículos de imprensa.

Pela segunda vez este ano está no olho do furacão. Primeiro, quando presidiu a Comissão Especial do Impeachment e, agora, como um dos principais candidatos á Presidência da Câmara dos Deputados. Os holofotes estão em cima dele.

As citações de Rosso na Operação Caixa de Pandora são muito ruins para ele. O delator Durval Barbosa saiu em sua defesa. Isso pode ser bom ou ruim, depende do ponto de vista.

Rosso tem que virar essa página. Depois de tudo esclarecido, terá um caminho mais tranquilo para montar sua estratégia, seja para a sua defesa, ou de sua candidatura ao Buriti. Depende qual a verdade aparecerá.

Outro sempre citado como candidato ao Buriti é o senador Cristovam Buarque (PPS). O ex-governador está em uma peregrinação pelo Distrito Federal como nunca se viu. Parece agenda de campanha.

Cristovam pode finalmente tomar coragem e disputar novamente ao GDF. Se a estratégia for para renovar o seu mandato de senador, sai na frente dos adversários.

Outra possível candidata ao governo, a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PPS), tem duas estratégias em sua mesa. Em ambas terá vitórias e derrotas.

A primeira é renovar por dois anos o comando no Legislativo distrital. Nessa luta, Rollemberg é seu principal adversário. Se conseguir, chegará forte em 2018, mas terá muitas faturas políticas.

O outro caminho é deixar a presidência da CLDF e partir agressivamente para a oposição. Se o governo chegar às vésperas da eleição com baixos índices de popularidade, Celina se tornará a principal voz contrária. E se dará bem

Será um embate de destruição entre Rollemberg e Celina. Ambos irão perder, mas sempre perde mais quem mais tem.

O deputado federal Izalci Lucas (PSDB) corre por fora. Tenta se tornar um nome de consenso de centro-direita. Terá uma missão muito difícil. O fator judiciário pode deixar alguns candidatos pelo caminho, tornando Izalci um nome viável.

O parlamentar tucano vem se preparando para o embate e com o discurso de oposição na ponta da língua, mas precisa andar mais nas cidades.

Rollemberg, Filippelli, Alberto Fraga, Rosso, Celina e Izalci são os nomes colocados na disputa ao Buriti. Um ou outro ficará pelo caminho. Também aparecerão outros, mas sem competitividade. O resto são secos e molhados.

Vence que tiver a melhor estratégia e conseguir aglutinar mais apoio. Não se ganha eleição na rixa e na discórdia.

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