Por Andréa Dutra
Michel Temer se livra de um problema. Mas perde um grande aliado. Essa é a conta feita hoje com a decisão do Supremo Tribunal Federal de afastar Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados. E suspender o seu mandato.
Nos próximos dias Cunha será convencido a renunciar o comando da Casa. Ele nega que venha a fazer isso. Mas não terá saída. Será a única forma de preservar o seu mandato. Assim mantém o foro privilegiado. E fica mais longe de Curitiba.
Sem o cargo de deputado, Cunha ficará nas mãos do juiz Sérgio Moro. E mais perto da cadeia.
O deputado vinha negociando, abertamente, cargos no governo Temer. Agora negocia salvar a sua própria pele.
Eduardo Cunha é quase carta fora do baralho. Pode fazer muito estrago caso venha abrir a boca. Levaria muito político com ele. Guarda muitos segredos. Se resolver falar, faria um grande favor ao País.
Era esperado que Cunha seria afastado junto com Dilma. De solução ele se tornaria um problema. Com sua saída, haverá uma nova correlação de forças: a briga agora é pela cadeira de presidente da Câmara dos Deputados.
Teremos nas próximas semanas não só um novo presidente da República, mas também mudanças no comando da Câmara. E quem vier ocupar esse espaço se tornaria, automaticamente, o primeiro na linha sucessória presidencial.
Diante disso, pode se esperar uma grande movimentação em torno da sucessão de Eduardo Cunha.
Por enquanto fica o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), o breve. Não será um novo Severino Cavalcanti.
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