Por Ricardo Callado
Instituições de Estado precisam de estabilidade. O GDF tem tomado um caminho que pode levar à sua derrocada no que diz respeito à Segurança Pública. O que funcionou como positivo no primeiro ano de governo parece estar andando para trás neste ano:
– Piora nos índices de criminalidade com a população se sentindo cada vez mais acuada.
– Fuga de presos da Papuda e troca de comando na Subsecretaria de Segurança Penitenciária.
– Falta de pagamento dos planos de saúde dos policiais militares.
– Falta de equipamento de segurança para a tropa da Polícia Militar.
– Insatisfação entre policiais civis com a falta de agentes para atendimento mínimo da população nas delegacias.
– Problemas com viaturas sem manutenção e com contingenciamento até de combustível.
– Falta de uma política mínima de reposição das perdas salariais com a inflação, dos profissionais da área.
– E por fim, a criação de uma crise institucional dentro da PMDF com a atitude considerada dentro da tropa como desastrada da secretária de Segurança Pública e Paz Social, Márcia de Alencar.
A secretária é unanimidade negativa dentre todos da área, com relação aos oficiais de comando da tropa.
Isso tudo para citar somente alguns contratempos que surgiram este ano.
Por enquanto, a base das instituições está alheia à política negativa do Governo do Distrito Federal. Meio anestesiada, como todo o resto da população do DF. Pela agenda negativa nacional que é mais dramática do que a doméstica.
No entanto, a água começa a ferver. Sem assessoramento de qualidade, o governo deve colher aquilo que plantou no início deste ano. E o foco da insatisfação não fica apenas na Secretaria de Segurança, se estendendo a Casa Militar.
Curiosamente, a Casa Militar também demonstra está insatisfeita com a secretária Márcia Alencar.
Os oficiais são desrespeitados. E a tropa indignada. Ninguém se entende.
Ouvir apenas um ator político no quesito Segurança Pública é buscar sarna para se coçar.
É questão de tempo e ouviremos falar de policiais se insubordinando e diminuindo o ritmo de trabalho nas ruas.
Com a cúpula da PMDF completamente subordinada aos atores políticos do GDF, no caso a Casa Militar, a corporação vai sangrar e mais crises institucionais surgirão.
As instituições precisam de apoio e de comandantes minimamente mais comprometidos com suas instituições do que com o Governo.
Às vezes menos é mais. Menos interferência pode trazer melhores soluções institucionais para o Governo.
Desestabilização não é bom para ninguém.
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