Secretários de Desenvolvimento Humano da Paraíba são acusados de integrar organização criminosa
A Operação Indignus, que investiga desvios de recursos no Hospital Padre Zé e na Ação Social Arquidiocesana (ASA), adicionou um novo capítulo ao caso com a denúncia contra os secretários de Desenvolvimento Humano da Paraíba, Tibério Limeira e Pollyanna Dutra, que recentemente passou a se chamar de Pollyanna Werton. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) acusa os ex e atual secretários de serem parte de um esquema de corrupção envolvendo pagamentos de propina disfarçados como “devoluções” por empresas fornecedoras de produtos para o hospital e para o Programa Prato Cheio.
Além de Limeira e Dutra, outras 14 pessoas, incluindo o padre Egídio de Carvalho Neto, gestor dos contratos com o Estado, foram denunciadas. A acusação se baseia em provas como conversas de WhatsApp e notas em cadernos financeiros, que evidenciam o recebimento de propinas. Tibério Limeira, que ocupou o cargo de 2021 a 2023, teria recebido R$ 50 mil através de seu motorista, Marinho Novaes da Rocha Junior, em várias ocasiões, sob instrução direta de padre Egídio.
Pollyanna Dutra, atual secretária, foi denunciada por receber R$ 70 mil, valor que teria aumentado devido à expansão do Prato Cheio para mais municípios. A propina foi entregue por Jannyne Dantas à mãe de Pollyanna, que trabalhava no Hospital Padre Zé.
A denúncia especifica que Tibério Limeira, enquanto secretário, teve papel central na assinatura dos termos de convênio e na ordenação de despesas, sendo responsável pela análise das prestações de contas. O MP também destaca a concentração de contratos em empresas ligadas a Kildenn Tadeu, que forneciam os itens para o Projeto Prato Cheio, totalizando R$ 18.424.000,00 apenas nos termos de colaboração mencionados.
Até o momento, Tibério Limeira não se pronunciou sobre a denúncia, enquanto Pollyanna Dutra, através de sua assessoria, afirmou não ter acesso ao conteúdo da denúncia e desconhecer os fatos imputados. Este novo desenvolvimento na Operação Indignus coloca sob escrutínio a gestão de fundos públicos destinados a programas sociais no estado da Paraíba, levantando questões sobre a integridade e a fiscalização desses recursos.
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