Atualmente no Brasil, o excesso de peso foi registrado em mais da metade da população, enquanto a obesidade foi constatada em 18,9%, segundo dados da Vigitel
Após participar de um congresso internacional sobre procedimentos bariátricos por endoscopia na cidade de Madrid (Espanha), o cirurgião bariátrico Leonardo Salles trouxe para o Instituto Mineiro de Obesidade (IMO) em Belo Horizonte, uma nova técnica de redução de estômago, denominada gastroplastia endoscópica. “O procedimento, não invasivo, foi desenvolvido para reduzir o volume do estômago e provocar uma sensação de saciedade precoce”, explica o cirurgião, que também é diretor do IMO.
No Brasil desde novembro do ano passado, esta nova técnica foi implantada em Belo Horizonte após bons resultados em estudos na Europa e Estados Unidos e chega como um grande método de combate ao sobrepeso que hoje no país atinge mais da metade da população, e a obesidade que abrange 18,9%, segundo dados da Vigitel – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico.
O panorama da doença fica ainda mais agudo quando relatórios recentes como a World Obesity Federation estimam que em 2025 existirão 2,4 bilhões de adultos com sobrepeso e 800 milhões de obesos no mundo. Neste cenário, a gastroplastia endoscópica, – por ser menos invasiva que a cirurgia convencional; provoca uma perda rápida e equilibrada de peso de até 30%; atua na correção e reajuste de procedimentos bariátricos anteriores; gera poucos efeitos colaterais; tem rápida recuperação; diminui as possibilidades de ocorrência de embolia pulmonar; não interfere na absorção de nutrientes; não causa cicatrizes e desequilíbrios bioquímicos, – se tornou uma janela terapêutica de sucesso contra o crescimento descontrolado do sobrepeso e da obesidade, e por consequência a diminuição da incidência de doenças causadas por estas condições.
Durante a gastroplastia endoscópica, sem a necessidade de uma incisão externa e usando apenas um orifício natural, a boca, o paciente é colocado sob anestesia geral e com o dispositivo Overstitch acoplado ao aparelho de endoscopia, o cirurgião realiza pequenas suturas em um padrão específico até o fundo gástrico. Em seguida, a série de suturas são estreitadas, comprimindo o volume utilizável do estômago.
Segundo Leonardo Salles, a gastroplastia endoscópica é indicada para o paciente que apresenta o IMC mínimo de 30 (obesidade grau I) como terapia primária, sendo recomendada ainda para pessoas que já realizaram a cirurgia bariátrica e voltaram a ganhar peso. “É comum que pacientes que passaram por procedimentos, sejam eles cirúrgicos ou mesmo endoscópicos, e que não se preocuparam em fazer um tratamento multidisciplinar adequado, tenham recidiva a longo prazo da obesidade. No caso de pacientes que realizaram a gastroplastia Sleeve convencional ou mesmo o Bypass, tais procedimentos podem ser reajustados de forma minimamente invasiva por meio da técnica endoscópica do Overstitch, o que ajuda o paciente a voltar a perder o peso excedente”, afirma Salles.
O cirurgião explica que o ser humano moderno é em geral ansioso e anseia por resultados imediatos, e que ao perceberem que suas ações não estão surtindo mudanças rápidas, os pacientes costumam abandonar o tratamento contra a obesidade. “Observo que neste processo, a gastroplastia endoscópica pode contribuir dando respostas mais palpáveis e impulsionando o tratamento multidisciplinar, que por sua vez irá assegurar a estabilização do peso”, comenta.
Na maioria dos casos, após o procedimento, que dura em torno de uma hora, o paciente permanece sob observação por cerca de 4 horas, podendo ir para casa no mesmo dia. No entanto, deve ser mantida uma dieta líquida por 15 dias e pastosa por mais 15 dias, mas isso não impede que neste período o paciente realize atividades físicas. “Também é preciso que o paciente mantenha o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por um cirurgião bariátrico, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e preparador físico, para que um novo estilo de vida seja adotado”, completa.
Sobre o Instituto Mineiro de Obesidade (IMO)
O hospital IMO é centro de referência especializado em tratamento multidisciplinar da obesidade com suporte integrado. Atua no tratamento da obesidade em todos os graus com tratamentos que vão desde o tratamento clínico, o implante de Balão Intragástrico de 6 meses e de 1 ano, a cirurgia bariátrica e tratamento para reganho de peso pós cirurgia bariátrica. Conta com os equipamentos de última geração, uma equipe de profissionais qualificados e uma equipe de anestesistas que é referência em Minas Gerais. Para a comodidade dos pacientes, o hospital conta com um pronto-atendimento também nos feriados e finais de semana.
O IMO ainda possui uma equipe multidisciplinar composta por cirurgião bariátrico, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras, endocrinologistas e cirurgiões plásticos. Os especialistas monitoram o paciente dando todo o suporte necessário durante o processo de emagrecimento e estabilização do peso.
O Instituto possui aplicativo tanto para Android quanto para Iphone que ajudam na monitoração dos pacientes e acompanhamento dos resultados. O programa de emagrecimento do hospital visa uma mudança efetiva de hábitos de vida, para alcançar o bem-estar e a manutenção de resultados.
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