A produção dos artistas vendo sendo realizada desde junho e é feita somente com materiais recicláveis como papel, papelão, isopor, napa, ferro e manequins usados. Ao todo participam sete artistas plásticos de Bonito, além de 17 moradoras e artesãs bonitenses que estão produzindo suvenires decorativos. “É a primeira vez no festival que este tipo de trabalho está sendo feito por artesãos e artistas de Bonito. Em outros anos convidavam pessoas de fora, mas aqui na cidade têm muitos profissionais com capacidade e qualidade”, ressalta a bonitense Buga Peralta, que integra a equipe do projeto.
O tema do hibridismo foi escolhido para inspirar a criação da decoração. O público vai encontrar, por exemplo, junções inusitadas de vários animais, como sucuri com anta (Sucuranta), cervo com quati (Cervoati), jacaré com lobo guará (Jacaréguara) e piraputanga com arara (Pirapurara). Para cada animal híbrido produzido, uma história é criada para dar sentido ao objeto. “Segundo o contexto, as piraputangas criaram asas pra voar e pegar as frutas frescas direto das árvores. Os jacarés que estavam em uma lagoa que secou e saíram pra caminhar atrás de uma nova lagoa. No caminho cresceram pernas e gostaram tanto de correr que desistiram de voltar para a lagoa. A Sucuranta era uma sucuri gigante que resolveu virar herbívora e aprendeu com as antas como se alimentar das plantas. E por aí vai”, detalhou o artista plástico Gustavo Gaertner.
Baseado no sistema de Economia Criativa (modelo de negócio, produtos ou serviços desenvolvidos a partir da criatividade), o dinheiro movimentado na confecção dos suvenires será doado para a manutenção da Casa do Artesão de Bonito. “As artesãs da cidade estão fazendo a Pirapurara, um peixe com asas de arara, que serão lembrancinhas do festival. O feltro e a fibra acrílica foram doados pela Secretaria de Cultura do Estado e a renda vai ajudar na nossa Casa do Artesão da cidade”, afirma Albertina Gesser, presidente da Associação de Artesanato de Bonito – Bonito Feito à Mão.
O artista plástico Denilson Pinto de Oliveira acredita que a decoração com animais híbridos é um dos atrativos do festival este ano. “A natureza quando relacionada ao ser humano de forma correta se torna um elemento social. Esta ambientação será um símbolo de conscientização do contato e respeito com a natureza”, pondera Denilson.
Assessoria FIB (Texto: Alexander Onça / Fotos: Helton Perez)
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