MPF denuncia pessoas por lavagem de dinheiro ligada a máfia italiana na Paraíba

Denúncia surge após Operação Arancia, revelando esquema de lavagem de dinheiro de R$ 300 milhões

O Ministério Público Federal (MPF) formalizou uma denúncia contra três italianos e seis brasileiros, acusados de participar de uma organização criminosa e lavagem de dinheiro vinculada à máfia italiana. A ação faz parte da Operação Arancia, que investigou a presença de uma célula da Cosa Nostra no Brasil, com atividades principalmente nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

A investigação revelou que o grupo criminoso operava diversas formas de lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada e “laranjas”, ocultando o lucro gerado por atividades ilícitas como tráfico de drogas, extorsão e homicídios. Segundo o MPF, o esquema movimentou cerca de R$ 300 milhões desde 2009, com autoridades italianas estimando que o valor total pode ultrapassar 500 milhões de euros (mais de R$ 3 bilhões). Entre os investimentos no Brasil estão um restaurante de luxo em Natal (RN), apartamentos em Cabedelo (PB), uma casa em um resort em Bananeiras (PB) e um loteamento residencial em Extremoz (RN).

O MPF solicitou à Justiça a manutenção da prisão preventiva dos líderes da organização. Giuseppe Calvaruso e Pietro Lagodana já estão presos na Itália e no Presídio Estadual de Alcaçuz (RN), respectivamente, enquanto Giuseppe Bruno foi detido durante a operação em agosto e teve seu habeas corpus negado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Além dos três italianos, foram denunciados seis brasileiros, incluindo companheiras dos mafiosos.

A denúncia foi aceita pela 14ª Vara Federal do Rio Grande do Norte e tramita sob o número 0810121-29.2022.4.05.8400.

A Operação Arancia, deflagrada em 13 de agosto, levou à prisão de Giuseppe Bruno e à execução de cinco mandados de busca e apreensão em três estados brasileiros. Simultaneamente, foram realizadas 21 buscas na Itália e na Suíça pela Direção Antimáfia de Palermo. A investigação foi conduzida por uma Equipe Conjunta de Investigação (ECI), composta pelo MPF, Polícia Federal, Procuradoria de Palermo e polícia italiana, com apoio da Eurojust, Agência da União Europeia para a Cooperação Judiciária Penal.

A cooperação internacional foi coordenada pela Secretaria de Cooperação Internacional do MPF, com base na Convenção de Palermo, que visa combater o crime organizado transnacional.4o mini

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