Moscou sofre primeiro ataque desde o inicio da guerra

Primeiro atentado na capital russa desde o início da invasão da Ucrânia

A cidade de Moscou foi palco hoje do primeiro ataque terrorista desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. O incidente ocorreu próximo ao Crocus City Hall, deixando pelo menos 40 mortos e 47 feridos. A autoria do ataque ainda não foi identificada.

Este é o maior atentado na capital russa em 11 anos. Tiros e explosões foram relatados em torno do Crocus City Hall, uma sala de concerto ao lado de um shopping, situado a 20 km a noroeste do Kremlin.

As imagens do ataque circularam nos canais de Telegram, plataforma amplamente utilizada pelos russos para obter informações. O incidente evocou memórias da tomada de um teatro por terroristas do Cáucaso no início do governo de Vladimir Putin, em 2002.

O número de mortos e feridos ainda não é definitivo, mas a prefeitura moscovita informou que cem pessoas foram retiradas do local após o início do ataque, que ocorreu na noite desta sexta-feira, horário local.

Segundo relatos, pelo menos três indivíduos camuflados abriram fogo contra a plateia do local, resultando em um incêndio no teatro. O governo municipal de Moscou mobilizou 70 ambulâncias para atender a ocorrência.

Embora este seja o primeiro ataque desde o início da guerra na Ucrânia, não há evidências de ligação direta entre os eventos. Horas antes do atentado, o FSB alertou sobre uma possível ação terrorista após um incidente em uma sinagoga moscovita, atribuído ao grupo terrorista Estado Islâmico.

A Rússia enfrentou diversos atentados atribuídos a radicais islâmicos, especialmente na região do Cáucaso. O último grande atentado em Moscou ocorreu em 2011, no aeroporto internacional de Domodedovo, deixando 37 mortos.

O ataque de hoje ocorre em um momento de escalada retórica entre Rússia e Ocidente. O Kremlin, pela primeira vez, reconheceu a Guerra na Ucrânia como tal, em vez de um “operação militar especial”. Enquanto isso, os Estados Unidos pediram moderação e desencorajaram ações dentro do território russo.

Para os moscovitas, o atentado serve como um lembrete dos tempos perigosos que vivem, apesar da aparente calma da capital. O episódio ocorre no mesmo dia em que a Rússia realizou um grande ataque contra o sistema energético ucraniano, deixando milhões de pessoas sem eletricidade.