Até que ponto familiares podem prejudicar um casamento?

Luiz Fernando Gevaerd, especialista na área de Direito da Família, conta que as sogras deixaram de ser bode expiatório, mas parentes ainda podem causar problemas

A sogra já foi vista como o grande “problema” dos casamentos, personagem quase folclórico em anedotas e ditos populares. Atualmente, porém, ela já não é mais considerada o principal bode expiatório dos relacionamentos que não dão certo. O que não significa, porém, que os parentes em geral não possam causar perturbações nos relacionamentos alheios, muitas vezes de modo irremediável. 

De acordo com Luiz Fernando Gevaerd, especialista na área de Direito da Família com mais de 40 anos de carreira, mais de 10 mil casos atendidos e diretor do escritório Gevaerd Consultoria Jurídica, hoje em dia, são muitas as pessoas que se casam pela segunda ou terceira vez, por isso existem novas interferências familiares na relação conjugal. “São comuns, por exemplo, as situações em que os dois se casam trazendo filhos de casamentos anteriores”. 

O advogado explica que, muitas vezes, esses filhos representam uma ameaça para o companheiro ou companheira atual, criando problemas para a nova relação. “As possibilidades de conflito são as mais variadas: entre os filhos de casamentos anteriores e os do casamento atual, entre as filhas do marido e a nova mulher, ou entre filhos e o novo marido. Todas essas situações representam fatores de desequilíbrio, envolvendo ciúmes e carências”, avalia.

Segundo o Dr. Gevaerd, não são incomuns as histórias de quem casou com uma pessoa adorável, porém, após o casamento, descobre que têm sogros que não dão sossego, cunhados problemáticos etc. “Muitas vezes, o marido ou mulher fica dividido entre a família e o companheiro ou companheira e não consegue dar limites a parentes que invadem a intimidade do casal. Assim, o casamento começa a entrar em crise”, analisa.

A solução, de acordo com o especialista, muitas vezes depende principalmente do casal, que precisa manter-se firme e unido para proteger o relacionamento, chegando a acordos comuns, procurando equilíbrio, bom senso e impondo limites. Vale, inclusive, buscar ajuda especializada para lidar com a questão. “É necessário também que todos os membros do grupo familiar em desequilíbrio sejam levados a compreender o problema que está acontecendo e a colaborar para que ele seja resolvido”, sugere. 

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