Enquanto Ministério Público proíbe fumacê, mosquito da dengue segue matando no DF

A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Renata Coelho, bate o pé e manda travar fumacê, a ação mais eficaz no combate a proliferação do mosquito da dengue que já adoeceu mais de 21 mil pessoas e provocou 21 mortes nos últimos cinco meses no Distrito Federal

Por Toni Duarte, do RADAR-DF

O novo diretor da Vigilância de Saúde, Divino Valério Martins que assumiu o cargo nesta terça feira (28),  disse que “não se acaba com uma epidemia e nem se combate o aedes aegypti com discurso”

Em qualquer lugar do planeta, segundo as autoridades de vigilância epidemiológicas, consultadas pelo Radar-DF, existem duas formas mais eficazes de combate à dengue.

A primeira é destruindo o foco das larvas, usando cloro em águas paradas e retirada de lixo do ambiente.

A segunda medida é o uso do “fumacê” na fase em que as larvas se transformam no  mosquito transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya.

No entanto, o último dever de casa,  para o combate ao mosquito, foi interrompido pela procuradora do Ministério Público do Trabalho, Renata Coelho, alegando que o espaço que se encontra instalado os equipamentos do fumacê, em Taguatinga, estava irregular. Ela determinou a interdição do local.

Dez dias após a medida,  o MPT voltou à carga novamente com outra alegação: exige agora certificados que comprovem a qualificação dos trabalhadores, recibos de entrega de equipamentos de proteção individual (EPI) e exames médicos dos funcionários.

Enquanto as discussões pairam sobre o gabinete de uma única procuradora do MPT, o que coloca em risco as vidas dos mais de três milhões de moradores do Distrito Federal, o mosquito da dengue segue adoecendo milhares e provocando mortes.

Em cinco meses já morreram 21 pessoas com dengue hemorrágica.

O último boletim da Secretaria de Saúde aponta que cerca de quase 22 mil pessoas estão com dengue no DF.

A estatística ainda pode ser bem maior, já que ninguém sabe, até agora, qual é o número exato de pessoas que passaram, nestes últimos 5 dias,  pelas tendas montadas pelo governo para o atendimento ao público.

A crise ocorrida no âmbito da Vigilância à Saúde, fez com que o vice-governador Paco Brito demitisse a subsecretária Elaine Morelo por ter se ausentado de Brasília, no momento em que o mosquito, silenciosamente, está mantando pessoas.

O planejamento do mosquito está  ano-luz a frente do planejamento do governo. No passado o bichinho, bateu em Agnelo, acabou com Rollemberg e agora faz estrago no governo Ibaneis.

O novo subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valério Martins,  que se encontra a menos de 24 horas no cargo, disse ao Radar nesta terça-feira (29), que o DF está em “Estado de Guerra”.

“Ou a gente mata o mosquito ou o mosquito  mata a gente”, disse Divino Martins.

Para ele, que já foi coordenador nacional do programa de combate à dengue do Ministério da Saúde, se não houver o uso do fumacê, neste momento, a arma mais letal contra o aesdes aegypti, fica difícil acabar com a epidemia.

Ele disse que precisa de condições para trabalhar e que não pode fazer isso com os entraves jurídicos que estão aí.

“Mosquito não morre com discurso. Irei hoje (29),  ao Ministério Público do Trabalho para conversar com a Procuradora Renata Coelho e explicar a ela porque precisamos agir urgentemente”, afirmou.

Ele disse ainda que dengue, zika e chikungunya é um problema de saúde em vários países do mundo como as epidemias ocorridas nos Estados Unidos, Espanha e mais recentemente na Itália.

“O que precisamos neste momento é deixar o discurso secundária de lado e trabalhar para combater a epidemia”, disse.

O novo comandante da Vigilância a Saúde do DF  afirmou que o mosquito não escolhe a classe social para picar e matar as  suas vítimas.

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