Especialista do Hospital San Paolo explica como identificar eventuais problemas e dá dicas para proteger o sistema cognitivo
São Paulo (SP) – Uma pesquisa global realizada em 2014 pela GE Healthcare concluiu que três em cada quatro pessoas gostariam de saber se têm algum problema neurológico, mesmo que não haja cura. O motivo principal por tanto interesse é simples: saber com antecedência para buscar maneiras de gerenciar os sintomas da doença.
Dez mil pessoas, de dez diferentes países – entre eles, Austrália, China, Japão, Reino Unido e Estados Unidos -, foram ouvidas durante o levantamento, mas ninguém se mostrou tão interessado quanto os brasileiros: 91% dos entrevistados em nosso país gostariam de ter um diagnóstico precoce para, por exemplo, adiantar o gerenciamento do problema, mudar o estilo de vida a fim de abrandar os impactos, passar mais tempo com a família e até para, simplesmente, ter paz de consciência.
Existem vários tipos de doenças neurológicas, como Alzheimer, Parkinson, demências vasculares, hidrocefalia de pressão normal, lesão cerebral ou involução neurodegenerativa. Todas elas podem provocar sintomas como a perda de memória, um problema comum que pode estar associado à alguma desordem psíquica, como ansiedade e depressão. Caso seja leve, a desmemoria pode ser considerada comum, afinal, todo ser humano esquece alguma coisa todos os dias. Mas como ter certeza de que o nível de esquecimento é algo normal ou um problema grave?
Para o Dr. Maurício Lima Lobato, Coordenador da Equipe de Neurologia Clínica do Hospital San Paolo, esquecer é comum, mas isso deve ser investigado clinicamente a partir do momento em que atrapalha a vida do indivíduo. “Se o esquecimento for constante e prejudicar a interação com outras pessoas, o trabalho e os afazeres do dia a dia, é necessário procurar um médico neurologista e fazer exames de neuroimagem, laboratoriais e, em alguns casos, uma avaliação neuropsicológica”, explica.
Segundo o médico, há pessoas que são naturalmente privilegiadas em termos de desempenho cognitivo, mas é possível melhorar essa função com alguns hábitos. “Manter uma mente saudável e otimista, praticar regularmente atividades físicas, ter uma alimentação balanceada, nutritiva e rica em vitamina B12, além de fortalecer o intelecto com leitura, filmes e música são atitudes que ajudam a proteger o indivíduo de eventuais deteriorações cognitivas ao longo da vida”.
Alimentos que ajudam a fortalecer a memória
A nutricionista Flavia Salvitti, também do Hospital San Paolo, acrescenta que a vitamina B12 pode ser encontrada em maior quantidade nas proteínas animais, principalmente no fígado, carne bovina, leite e ovos. “Outros alimentos que ajudam a fortalecer o sistema cognitivo são os ricos em vitamina B1, como ervilhas, nozes, cereais integrais, arroz integral e verduras amargas”, ensina.
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