O prefeito de Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, Mariolino Siqueira, do PDT, foi preso hoje (10), na Operação Timbó do Ministério Público do Estado, em parceria com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e apoio da Secretaria Adjunta de Inteligência.
Mariolino é acusado de liderar um esquema de desvio de dinheiro público, entre janeiro de 2013 a janeiro de 2016, que ultrapassa R$ 10 milhões. As investigações descobriram que ele é dono de uma ilha no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), que teria sido adquirida com verba da prefeitura.
Outras sete pessoas foram presas, entre elas três parentes do prefeito: a mulher, Regina Flávia Dias Coimbra, o filho Mariolino Siqueira de Oliveira Júnior, e a nora Bruna Soraya da Silva Barbosa.
Foram detidos três secretários da prefeitura: o de Finanças, Sebastião Ferreira de Morais, o de Obras, Carlos Augusto Araújo dos Santos e o de Administração, João Amorim Ribeiro júnior, além do taxista Raimundo Mendes Neto.
Os envolvidos no esquema poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o procurador-geral de Justiça do Amazonas, Fábio Monteiro, o prefeito usava dinheiro do município para gastos pessoais. Mariolino fazia transferências da conta da prefeitura diretamente para sua própria conta ou para a de parentes e secretários. Na opinião de Monteiro, o grupo agia na certeza da impunidade.
“Ficou muito claro que não foi tentado esconder, não houve preocupação se os órgãos de controle tentariam rastrear essa verba. O dinheiro da prefeitura saía para essas pessoas. Depois, com os recursos, as pessoas aumentavam seu patrimônio e, em algumas situações, vendiam os imóveis para a prefeitura, que pagava até um valor acima do de mercado”, contou Monteiro.
As investigações mostraram que o prefeito endossava cheques da prefeitura para fazer saques diretamente no caixa do banco. Foi desviado dinheiro do pagamento de servidores. Os salários costumavam atrasar, de acordo com o Ministério Público do Estado.
O procurador-geral informou que o valor desviado pela organização criminosa pode ser maior do que R$ 10 milhões. Falta calcular possíveis licitações fraudulentas e desvios de recursos federais.
A operação Timbó cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Manaus e em Iranduba, além de Santa Isabel do Rio Negro. Foram apreendidos documentos, computadores, carros de luxo e R$ 280 mil encontrados na casa do prefeito e do filho dele.
O promotor Lauro Tavares, membro do Gaeco, informou que Mariolino foi afastado do cargo pela justiça. “Foi determinado pela justiça que assumisse o vice-prefeito para evitar qualquer situação política que deixasse a administração pública de Santa isabel do Rio Negro acéfala, ou seja, sem nenhum coordenador administrando o município”, afirmou Tavares.
A chefia de gabinete da prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro disse que não vai se manifestar no momento sobre o caso.
Ontem (9) foi presa a prefeita do município amazonense de Pauini, Maria Barroso da Costa, durante a Operação Cartas Chilenas, da Polícia Federal, em parceria com a Controladoria Geral da União. Maria é acusada de ser a líder de uma organização criminosa que desviou R$ 15 milhões do dinheiro destinado à educação e à saúde.
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