Primeira-dama, que também é produtora rural e especialista em direito agrário, enfrentou os desafios da mulher que atua no campo. Em sua fala, destacou o apoio do governador Ronaldo Caiado nesta luta e relembrou programas do Governo de Goiás que têm beneficiado produtoras e agricultoras goianas
Advogada especialista em direito agrário, a presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama Gracinha Caiado, defendeu o avanço e o protagonismo feminino no campo. “Eu acredito na força, na determinação e no trabalho da mulher goiana”, afirmou durante a live “O Agro é de Todas”, nesta sexta-feira (12/03), promovida pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). “Nossa luta pela igualdade não se restringe ao 8 de março”, defendeu.
Durante o evento, a primeira-dama também enfatizou a importância do Agronegócio para o país. “A vida no campo sempre me encantou. Entendo perfeitamente que é ali, na terra, que brota o sustento de milhares de brasileiros. É ali que brota a comida que chega à mesa dos 210 milhões de brasileiros. É ali que brota o futuro de nossa nação, pois vocês bem sabem que os constantes recordes da agropecuária brasileira estão garantindo o PIB do Brasil.”
Os programas do Governo de Goiás para beneficiar o produtor rural também foram lembrados. “Por meio do Agro é Social, entregamos mais de 2 toneladas de sementes de feijão e milho para pequenos produtores”, destacou Gracinha. Outro projeto citado foi o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que leva frutas e legumes comprados de pequenos agricultores a pessoas em situação de vulnerabilidade. “Quase metade de todos os selecionados (48%) são de pequenas agricultoras”, celebrou a presidente de honra da OVG.
Gracinha Caiado conhece bem a luta e o trabalho da mulher no campo. Além de advogada especialista em Direito Agrário, a primeira-dama cresceu dentro de uma propriedade rural e, na década de 1980, após a morte do pai, militou na União Democrática Ruralista (UDR), onde conheceu o governador Ronaldo Caiado. “Tenho a sensação de que aquela luta que começamos lá nos anos de 1980 valeu a pena”, afirmou. Assim como outras mulheres, a coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais, também enfrentou desafios, principalmente, quando decidiu ir a uma reunião da UDR na Bahia, onde morava com a família. “Minha mãe me falou que não poderia ir porque só iria ter homem e até ameaça de bomba tinha no local. Era um risco defender o agronegócio àquela época”, relembrando a luta da entidade em defesa da propriedade privada.
Risco que tem sido desafiado por agricultoras rurais goianas. No Agro é de Todas elas tiveram voz e partilharam um pouco da experiência e das dificuldades no campo. Um exemplo é a produtora rural Cristiane Steinmetz, que após a morte do pai, assumiu ao lado da mãe e da irmã, a fazenda. Hoje, elas produzem soja e milho safrinha em mil hectares de terra. “Eu sempre digo: mulheres acreditem em vocês e não deixem ninguém te convencer do contrário”, afirmou.
A mulher rural goiana comanda, segundo a Radiografia do Agro em Goiás, produzido pela Seapa, apenas 15% das propriedades rurais do Estado. Apesar disso, segundo o presidente da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, o cenário é positivo e demonstra crescimento em relação aos anos anteriores. “O estudo demonstra que é cada vez maior a presença das mulheres na gestão das propriedades. Isso reforça os resultados positivos que o campo tem colhido”, avaliou.
A presença feminina cresceu não apenas nas fazendas, mas em todos os segmentos, como empresas de insumos e máquinas, laboratórios, indústrias de alimentos, tradings e consultorias. Em seu discurso, a jornalista especialista em agronegócio, Roberta Paffaro, defendeu que a conquista por espaço no meio rural também depende de capacitação. “O conhecimento gera credibilidade e gera resultados. É preciso ter conhecimento para seguir esse caminho”, alertou. Nesse cenário em que o saber técnico pode ajudar a desmistificar preconceitos e permitir um espaço igualitário entre homens e mulheres, Gracinha Caiado destacou que a mulher pode atuar em qualquer área de trabalho. “Não por força de Lei, mas sim por competência e capacidade”, concluiu.
Mudança cultural no agro
Em 2006, a gestão dos estabelecimentos rurais era feita 90,6% por homens e 9,4% por mulheres. Mais de uma década depois, os números mudaram e mostraram um pequeno crescimento da presença feminina. Agora, de acordo com os dados compilados na Radiografia do Agro em Goiás, 14,8% das mulheres fazem a gestão dos estabelecimentos e o número de homens gestores caiu para 85,2%.
Na agricultura familiar, que tem uma presença um pouco maior do público feminino, 16% das propriedades são administradas por elas. No mundo, as mulheres somam 43% dos trabalhadores rurais, mesmo assim, elas ocupam menos de 1/3 dos cargos de gerência nas fazendas.
Também participaram da live a apresentadora do programa Minutos do Agro, Josie Marçal; a apresentadora do programa Agro Record, Juliana Pertille; a criadora de ovinos, Aline Alarcão Oliveira; a zootecnista e Ceo da Piastrella Rastreabilidade Animal, Consolata Piastrella.
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