Hospital de campanha no Estádio Mané Garrincha tem 170 leitos

Camas e bombas de infusão, desfibriladores e aparelhos de raios-x portáteis já estão instalados no local

Por Ary Filgueira

O enfrentamento à pandemia de Covid-19 pelas autoridades públicas do Distrito Federal ganhou importantes elementos para reforçar o diagnóstico e o tratamento da doença. O principal foi o hospital de campanha no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, em fase final de instalação, com 173 leitos.

O governador Ibaneis Rocha visitou a estrutura nesta segunda-feira (11). Ele conheceu a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os leitos ambulatoriais e demonstrou satisfação com a disponibilidade do novo conjunto de leitos de UTIs e de Internação.

O hospital fica na cobertura da arena e numa área de seis mil metros quadrados. O funcionamento será gradativo e feito em três etapas.

A previsão é que no dia 20 deste mês sejam abertos 100 leitos de enfermaria. Dez dias depois, esse número será incrementado em mais 70 e, por fim, respiradores artificiais vão chegar para compor os equipamentos.     

A maior parte dos equipamentos usados no tratamento de Covid-19 já está disponível no hospital.  As bombas de infusão, desfibriladores e aparelhos de raio-X portáteis (que vão à beira do leito fazer o exame de imagem do paciente) estão prontos para serem utilizados. As camas também já estão arrumadas para acomodar os pacientes. 

Estrutura

Ibaneis elogiou a estrutura disponibilizada pela arena de futebol por já ter toda a tubulação necessária para ligar os equipamentos, inclusive com ar condicionado. O governador frisou que isso dava uma vantagem a Brasília em relação aos demais estados que montaram unidades parecidas.

“É uma área muito mais fácil de se fazer um hospital de campanha. Basta vocês compararem com o hospital (de campanha) de Águas Lindas, que teve dificuldade para terminar de montar porque não tem essa estrutura com essa qualidade”, disse.

A novidade apresentada durante a visita foi um equipamento que o Governo do Distrito Federal (GDF) importou. Um tablet que é capaz de aferir a respiração das pessoas e saber se elas estão infectadas. O uso visa aplicar o exame nos alunos que forem autorizados a retornar às salas de aulas na reabertura das escolas.

Para demonstrar sua eficácia, Ibaneis fez questão de se submeter à avaliação do equipamento por leitura facial. Diante do resultado negativo para qualquer alteração em sua respiração, o governador até brincou: “Deu luzinha verde. Não tenho nenhuma doença respiratória”.

Ao ser questionado sobre o prazo de entrega do hospital, o governador atribuiu a questões burocráticas. “Nós temos de fazer licitação para compra de equipamentos. O Estado tem as suas dificuldades porque temos de seguir todas as regras. Já vemos unidades serem alvos de operações policiais por conta desses erros. Muito melhor termos um erro programado pela questão dessa data. O que mais temos visto nos outros estados é que comprou e não recebeu. Ou comprou com preço elevado. Aqui não veremos isso”, afirmou.

Máscara

No encontro com a imprensa, que esteve presente na visitação, Ibaneis respondeu a perguntas dos jornalistas com temas relacionados à pandemia. Sobre o uso da máscara, que passou a ser obrigatório a partir desta segunda-feira, ele informou que, por enquanto, orientou seu secretariado a não aplicar multa a quem não estiver usando o equipamento. Somente em quem se recusar a usá-la.

“Estamos primeiro conscientizando a população e entregando as máscaras. Nesta terça-feira, teremos equipes do Corpo de Bombeiros, DF Legal e Polícia Militar nas ruas, fazendo não uma campanha punitiva inicialmente, mas educativa, para que as pessoas utilizem máscara antes da abertura do comércio. O brasiliense aprendeu a usar a faixa de pedestres e o cinto de segurança muito mais fácil do que outros estados. Então, pretendemos que ele também aprenda a usar a máscara. Mesmo que, para isso, tenhamos de usar o instrumento da multa”, disse.

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