Em 2017, de acordo com balanço da Segurança Pública divulgado nesta segunda (8), foram 16,3 crimes contra a vida para cada grupo de 100 mil moradores
O Distrito Federal atingiu, em 2017, o menor índice de homicídios por 100 mil habitantes dos últimos 29 anos: 16,3 crimes contra a vida na proporção de 100 mil moradores do território. Estatísticas inferiores a essas só foram registradas em 1988.
Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa na sede da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social nesta segunda-feira (8).
Em números absolutos, trata-se da menor taxa dos últimos 15 anos: 498 homicídios no ano passado, com 504 vítimas.
A redução drástica se deve às ações integradas do Viva Brasilia — Nosso Pacto pela Vida, de acordo com o secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Edval Novaes Júnior.
“Isso é extremamente positivo para a população do Distrito Federal, porque faz com que a sensação de segurança seja cada vez mais resgatada por meio da redução objetiva do número de crimes”, analisou.
Em relação a crimes contra o patrimônio, roubos em comércio foram o tipo de delito com maior diminuição no período: 23%. Esse porcentual representa 2.136 registros no ano passado contra 2.774 incidências dessa natureza em 2016.
Roubos de veículos e em transporte coletivo também apresentaram significativo declínio: ambos com 14,3% a menos do que no ano passado. Em números absolutos, houve 4.855 roubos de veículos em 2017 contra 5.663 de janeiro a dezembro de 2016.
Os roubos a coletivos, por sua vez, representaram 2.681 ocorrências, contra 3.130 no mesmo período em 2016.
Mortes no trânsito também reduziram em 2017
Levantamento feito pelo Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) mostra que 2017 apresentou o menor número de mortes desde que a autarquia passou a acompanhar a evolução dos casos, em 1995.
No ano passado, 254 pessoas morreram vítimas de acidentes no trânsito e, no mesmo período em 2016, foram 390 — redução de 35% na comparação entre os dois anos.
Dezembro, em especial, teve diminuição de 37% de óbitos em relação ao mesmo mês em 2016. Em dados absolutos, isso representa 14 mortes contra 30 no mesmo período do ano anterior.
O diretor-geral do Detran-DF, Silvain Fonseca, atribui as quedas contínuas nos registros de vítimas fatais à intensificação de ações e de campanhas educativas.
“É uma ação integrada de governo nas áreas de educação, fiscalização e engenharia e também do trabalho desenvolvido pelos veículos de comunicação”, destacou.
Mais notificações de estupros têm chegado ao conhecimento das autoridades
Na contramão das reduções contínuas dos crimes contra a vida e contra o patrimônio, os estupros apresentaram aumento de 32,4% nos registros e de 12% ocorridos no ano passado.
Em 2017, forças de segurança e órgãos do governo de Brasília receberam 883 notificações sobre esse tipo de crime. Desse total, 687 se referem a violações ocorridas no ano passado e, 196, àquelas de anos anteriores.
Os estupros de vulnerável, ou seja, quando a vítima tem menos de 14 anos, se destacam nesse montante: 543 casos se enquadram nessa tipologia.
Por outro lado, em 2016 foram 667 registros, dos quais 616 no mesmo ano. Os demais 51 foram cometidos em anos anteriores.
É necessário haver parceria entre família e escola para que os estupros sejam relatados, investigados e punidos
O incremento das notificações se explica, em parte, pelo fato de mais pessoas denunciarem esse tipo de crime. Historicamente, o estupro é uma violência com alto índice de subnotificação, uma vez que ocorre primordialmente dentro da residência da vítima e do autor e com vínculo entre os dois.
Por isso a prevenção é tão complicada, avaliou o secretário Edval Novaes. Segundo ele, há de se ter uma parceria entre família e escola para que os estupros sejam relatados, investigados e punidos.
“O primeiro passo é fazer o registro na delegacia, para que a polícia possa atuar e, consequentemente, o autor seja julgado e preso.”
Programa Cidades Limpas colabora para redução da criminalidade
Ações previstas pelo programa Cidades Limpas, como melhorias na iluminação e manutenção em áreas públicas têm feito com que as regiões administrativas se tornem mais seguras. Além disso, ficam menos suscetíveis à incidência do mosquito Aedes aegypti.
São intervenções como poda de árvores, serviços de carpina, recolhimento de lixo e entulho e substituição de lâmpadas em áreas públicas, enumerou o subsecretário de Desenvolvimento Regional e Operações nas Cidades, Manoel Alexandre.
“O planejamento do Cidades Limpas considera como fonte primária as áreas de maior ocorrência de dengue, zika e chikungunya e as manchas de criminalidade.”
Veja a íntegra dos balanços de dezembro de 2017 em relação a 2016 e de janeiro a dezembro de 2017.
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